terça-feira, 12 de junho de 2007

A fábula do lobo e do cordeiro

Bush desacata as Nações Unidas pra assaltar o petróleo dos países árabes

É preciso dizer e mostrar ao idiota que ele não pode fazer o que quiser

Marginal Bush desacata ONU para assaltar petróleo árabe

O que ele quer é atacar o Iraque.

Que se dane a ONU, os outros países e o escambau, proclama Bush.

Só que não é assim, não.

Nunca se viu tanta oposição, inclusive dentro dos Estados Unidos.

Falando em uma das várias bases militares ianques nas quais vem desfilando ultimamente, o pequeno Bush voltou a tentar achacar a ONU e o Conselho de Segurança, apregoando sua agressão ao Iraque e assalto ao petróleo:

“Nós não vamos deixar a ONU colocar o mundo em perigo”. Ou seja, se a ONU – isto é, todos os países do mundo – não se submetem a ele, o mundo está em risco. No dia seguinte, disse que “não serão três países que tornarão a ONU irre-levante”.

Os três países são os que estão encabeçando, no Conselho de Segurança, a resistência ao banho de sangue que quer promover no Iraque – a França, a Alemanha e a Rússia.

Em suma, se a ONU não fizer o que ele quer, “é irrelevante”.

Ele também disse que vai “desarmar” o Iraque “de um jeito ou de outro”.

Só que não há nenhuma resolução da ONU para “desarmar o Iraque”.

Portanto, que se dane a ONU, os outros países, o mundo e o escambau.

O que ele quer é atacar o Iraque.

Só que não é assim, não.

Nunca se viu tanta oposição, inclusive dentro dos EUA.

Nem na época em que Hitler usou os mesmos pretextos para invadir e massacrar a Tcheco-Eslováquia.

Porque é claro que, se Bush não aprendeu ainda que não pode fazer o que quer, é necessário ensiná-lo.

EXTORSÃO E CHANTAGEM

Assim, as ameaças, as falsificações – como as de Colin Powell -, extorsão, chantagem e histeria não surtiram o efeito esperado pelo boçal. O que se viu na reunião do CS desta sexta-feira dia 14 foi um isolamento sem precedentes dos EUA. Num fato incomum no CS, e não previsto no regimento interno, o ministro das Relações Exteriores da França, Dominique de Villepin, foi entusiasticamente aplaudido pelo plenário – ou seja, pelos representantes dos outros países que compõem a ONU, vale dizer, pelo mundo todo - ao se confrontar com a arrogância de Bush e afirmar: “não existe qualquer razão hoje para o uso da força”.

Na maior e mais estúpida hipocrisia, Bush insiste em exigir do Iraque que “prove” que não tem armas de destruição em massa.

Em qualquer sistema judicial minimamente sério – aliás, até mesmo em qualquer lugar decente - o ônus da prova é do acusador e todos são inocentes até prova em contrário.

Bush tenta inverter esse princípio elementar de Justiça, para ter pretexto para o assalto ao petróleo, para poder roubar.

Além do mais, é impossível alguém provar que não tem alguma coisa – simplesmente porque a “outra parte” sempre pode alegar que “ainda não se convenceu”, que ainda não ficou suficientemente “provado”, ou que “estão escondendo”, coisa que os EUA vêm fazendo há 12 anos, esticando o bloqueio e, agora, anunciando a agressão.

Como na fábula do lobo e do cordeiro.


DESMASCARADO


Os relatórios apresentados por Hans Blix e Mohamed ElBaradei, registraram que, passados dois meses vasculhando o Iraque, nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada.

Blix desmentiu uma das invencionices da exposição anterior de Colin Powell no CS: as tais fotos de satélite mostrando “deslocamento de caminhões”, afirmou, podiam muito bem ser de “operações de rotina” .

Ele também acrescentou, desmascarando o representante ianque, que não havia qualquer evidência de que os iraquianos soubessem com antecedência o local das inspeções.

Durante o relato dos chefes da inspeção, Powell não conseguiu esconder sua contrariedade.

ElBaradei lembrou que em 1998 a AIEA já havia declarado que o Iraque não possuía um programa de armas nucleares e que, agora, tratava-se de reatualizar esses dados e que os inspetores estavam em condição de realizar o trabalho. Os dois defenderam a necessidade de prosseguir e fortalecer as inspeções.

Já o governo iraquiano, em novas demonstrações de boa-vontade com o CS, aceitou a inspeção aérea, promulgou lei proibindo a produção e importação de armas de destruição de massa e conduziu gestões junto aos cientistas do país para que estes aceitassem ser entrevistados sem a presença de uma autoridade.

No mundo inteiro, uma onda de manifestações contra a “guerra do petróleo” tomou conta das ruas e nem os lacaios de Bush têm como ocultar que seus povos estão, também, contra a agressão.

Mas com sua doentia figura, “baby” Bush segue afrontando os povos e se isolando.

Nos dias que antecederam a apresentação dos relatórios, seu bando desenvolveu uma frenética atividade, tentando intimidar a comunidade internacional e o próprio povo americano, como a “ameaça do Al Qaeda” que não resistiu a um simples detetor de mentiras, aplicado no vigarista que arrumaram para passar por “informante”.

Em Londres, o Lulu Blair entupiu o aeroporto com tanques e soldados armados de fuzis.

Governos de países pequenos que integram o CS foram ameaçados por Bush, que tentou extorquir deles o voto a favor da agressão; os países maiores foram chantageados com a ameaça do “fim” da ONU se não fizerem o que ele, Bush, quer.

Para completar, mandaram aquela histérica raivosa, a Condoleezza Rice, conhecida pelo seu sedutor humor de pitbull, assediar o chefe dos inspetores, Hans Blix, na véspera da apresentação do relatório.

Ao que parece, Blix não ficou muito encantado com a femme fatale da quadrilha de Bush.

Com o envio de 130 mil soldados, porta-aviões, bombardeiros e mísseis ao Golfo, mais o anúncio de que já estariam operando com “unidades especiais” dentro do Iraque os bandoleiros tentaram, ainda, passar a idéia de que a guerra era “inevitável” e que, portanto, todos tinham de se submeter.


PRETEXTO


Para arrumar pretextos para assaltar o petróleo árabe, os bandidos ianques sofismaram sobre o “desarmamento” do Iraque – eles, que têm 7.000 armas nucleares e o maior arsenal químico e biológico do mundo, que aumentam à razão de US$ 400 bilhões de dólares ao ano.

Cinicamente, disseram que um míssil de alcance irrisório – menos da metade da distância Rio-São Paulo – era uma temível ameaça, logo eles que estão armados até os dentes com mísseis intercontinentais.

Querem o Iraque “desarmado” - e assaltado -, querem o petróleo e ocupar e dominar o Oriente Médio.

Também pretendem que Sharon continue, com a benção deles, a assassinar palestinos, a manter seu arsenal de armas de destruição em massa, inclusive nucleares, e a descumprir as resoluções da ONU.

Mas toda essa desfaçatez e covardia não conseguem esconder que quem deve ser desarmado são os EUA, quer dizer, o fora-da-lei Bush.

A Humanidade não aceita o latrocínio – muito menos o cometido, em massa, com bombardeiros B-1 e bombas de urânio depletado.

Menos ainda a lei da selva.

É preciso que se mostre e diga ao idiota que ele não pode fazer o que quer – maior é a Humanidade.

É isso o que milhões estão fazendo em todas as partes do mundo, inclusive nos EUA.
ANTONIO PIMENTA
http://www.horadopovo.com.br/

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