domingo, 17 de junho de 2007

Armas Químicas contra o Iraque

Bush empregou armas químicas contra Fallujah

Bandoleiro ianque também mandou CIA sequestrar na Europa

O médico Khalid ash Shay-khli, funcionário do ministério da Saúde iraquiano, afirmou, em entrevista coletiva em Bagdá, que “pesquisas, preparadas por sua equipe médica, provaram que as forças dos EUA usaram substâncias proibidas internacionalmente, incluindo gás mostarda, gás de nervos e napalm em seus ataques a Faluja”.

Na Europa, promotores, advogados e autoridades da Itália, Alemanha e Suécia estão investigando uma série de sequestros realizados pela CIA, onde as vítimas foram levadas a outros países e foram torturadas.

A denúncia foi feita pelo jornal “Washington Post”.

Páginas 6 e 7

Bush empregou napalm e gases letais contra Faluja

O médico Khalid ash Shaykhli, do ministério da Saúde iraquiano, afirmou em coletiva que pesquisas de sua equipe “provaram que EUA usou substâncias proibidas internacionalmente, incluindo gás mostarda, gás de nervos e outros produtos químicos que queimam”

O médico Khalid ash Shaykhli, funcionário do ministério da Saúde iraquiano, afirmou, em entrevista coletiva em Bagdá no dia 3 de março, que os EUA usaram gases venenosos e napalm no assalto de novembro do ano passado a Faluja.

De acordo com a TV Al Jazira, o Dr. Shaykhli disse que “pesquisas, preparadas por sua equipe médica, provaram que as forças dos EUA usaram substâncias proibidas internacionalmente, incluindo gás mostarda, gás de nervos e outros produtos químicos que queimam, em seus ataques à cidade dilacerada pela guerra”.

CORPOS DERRETIDOS

O médico afirmou que durante a agressão ianque, moradores de Faluja descreveram “ter visto cadáveres que tinham derretido, o que significa que as tropas dos EUA usaram napalm, um composto venenoso de poliestireno e combustível de avião”.

Ele descreveu a situação em que se acha a população de Faluja, que sofre os efeitos de substâncias químicas e de “outros tipos de armas que causam sérias enfermidades a longo prazo”.

“Em absoluto excluo o uso de substâncias nucleares e químicas, dado que desde então [o ataque], todas as formas da natureza foram apagadas daquela cidade”, complementou.

“Nós encontramos dezenas, para não dizer centenas de cães de rua, gatos e aves que morreram como resultado desses gases”, denunciou o médico, que acrescentou que os pesquisadores de sua equipe tinham encontrado evidências do uso de gás mostarda e gás dos nervos (assim chamado por matar afetando o sistema nervoso central, como o VX e Sarin) pelos invasores.

A entrevista do Dr. Shaykhli e a pesquisa que encabeçou corroboram as informações que já haviam sido veiculadas sobre o ataque dos EUA a Faluja.

Em dezembro, a TV Al Jazira apresentou o relato de um sobrevivente de um dos bairros mais brutalmente bombardeados, o Jolan:

“estranhas bombas queimavam a pele mesmo depois que água era jogada sobre as feridas”, denunciou Abu Sabah.

Os ianques “usaram essas bombas esquisitas que liberavam fumaça como uma nuvem de cogumelo ... então pequenas peças caíam do céu com longas caudas de fumaça atrás deles”, acrescentou.

Como registrou então a emissora, só podia ser napalm - tristemente célebre na agressão ao Vietnã -, que gruda na pele e segue queimando até derreter o corpo humano.

PROJÉTEIS DE FÓSFORO

Abu Hammad, outro sobrevivente do Jolan, afirmou, ainda, que “foram usados gases venenosos em Faluja”.

“Eles usaram tudo, tanques, artilharia, infantaria, e gás venenoso”, reiterou.

O uso de projéteis de fósforo branco, venenoso, foi confirmado, na época, pelo jornal inglês Daily Telegraph.

Uma jornalista polonesa, Ewa Jasiewicz, que estava no Iraque no momento da agressão à cidade e testemunhou os fatos, escreveu que “residentes do Jolan que foram capazes de fugir de Faluja descreveram uma arma química com cheiro de maçã, a que foram expostos antes do assalto principal a Faluja”.

GÁS ANTES DO ASSALTO

“Houve um intervalo de cerca de meio dia entre a presença do gás e quando o principal assalto começou.

O agente químico causava feridas abertas na pele que eram muito difíceis de tratar.

Depois de um tempo, todas as áreas expostas na pele estavam rachadas e sangrando”, denunciou Ewa.

“As pessoas chegavam de Faluja com essas feridas.

Eles descreviam uma fumaça, um cheiro doce e quando elas eram expostas à fumaça, tossiam sangue e tinham rachaduras sangrando na pele”.

Outras testemunhas descreveram muitos corpos tombados nas ruas, sem qualquer sinal de atingidos por balas ou projéteis, com a pele com uma estranha coloração.

GÁS VX DO PENTÁGONO

Denúncias semelhantes foram feitas pelo site Islam-Online:

“EUA despejam gás em Faluja”.

Também o jornalista Dahr Jamail, da agência IPS, afirmou em 26 de novembro que “os militares dos EUA usaram gás venenoso e outras armas não-convencionais contra civis, segundo revelaram testemunhas”.

Posteriormente, moradores de Faluja, que retornaram à cidade depois do fim dos bombardeios, revelaram que em extensas áreas da cidade o solo foi removido com o uso de buldozers para apagar os sinais do uso dessas substâncias proibidas - ou, simplesmente, porque, como no caso de uma modalidade de VX desenvolvida pelo Pentágono, é tão aderente na forma líquida à superfície que é praticamente impossível desprender.

ANTONIO PIMENTA
Edição ano 2005 - http://www.horadopovo.com.br/

Nenhum comentário: