quarta-feira, 27 de junho de 2007

Revelações da CIA


26/06/2007 - 21h18

CIA revela como quis assassinar Fidel Castro e Omar Torrijos
Washington, 26 jun (EFE).- A CIA (agência central de inteligência americana) divulgou hoje, entre outros segredos do período entre as décadas de 50 e 70, os detalhes de um plano para matar o presidente de Cuba, Fidel Castro.A tentativa de assassinato está descrita nos documentos conhecidos como "jóias da família", divulgados hoje pela CIA e que também revelam tentativas de seqüestro e a espionagem de jornalistas, dissidentes e de seus próprios funcionários.Os relatórios detalham violações de correspondências entre os EUA e a China, e entre os EUA e a União Soviética, assim como experiências com ácido lisérgico (LSD) sem que as cobaias suspeitassem.Também incluem vários dados sobre o caso Watergate, que custou a Richard Nixon a Presidência dos Estados Unidos.Além disso, os documentos divulgados revelam como os responsáveis pela CIA trocaram uma série de memorandos depois de a revista "Newsweek" publicar que a agência pretendia assassinar o general panamenho Omar Torrijos e mencionar o nome do espião Howard Hunt.Os memorandos indicam que ninguém na agência sabia da existência da trama.Os relatórios também fazem referência ao roubo efetuado da embaixada do Chile em Washington no dia 15 de maio de 1972, que os diplomatas consideraram que teve como objetivo recolher documentos.Segundo as cerca de 700 páginas de documentos, em 1960, a agência de espionagem quis usar um membro da máfia de Las Vegas, chamado Johnny Roselli, para matar Fidel em "uma ação típica de gângsteres".Em agosto de 1960, o agente da CIA Richard Bisell entrou em contato com o coronel Sheffield Edwards, do Escritório de Segurança, para saber se ele tinha algum contato que pudesse ajudar "em uma missão delicada", cujo objetivo era a morte de Castro.Por causa da natureza "extremamente delicada" do plano, "só um pequeno grupo foi informado" de sua existência.Uma fonte do Escritório de Segurança, Robert Maheu, propôs o nome de Roselli, um suposto membro da máfia.Em um encontro no hotel Hilton Plaza de Nova York, Maheu, que se apresentou a Roselli como um contador, contou ao seu interlocutor que havia sido contratado por uma companhia que estava tendo muito prejuízo por causa das medidas de Fidel, e que seus superiores estavam dispostos a pagar US$ 150 mil pela morte do líder cubano.Os idealizadores do plano iam "deixar claro" a Roselli "que o Governo dos Estados Unidos não estava nem deveria ficar a par da operação"."Inicialmente, (Roselli) não quis se envolver, mas (...) concordou em apresentar um amigo, Sam Gold, que conhecia pessoas em Cuba.Gold, também conhecido como Momo Salvatore Giancana, disse que matar Fidel com armas de fogo poderia ser um problema, razão pela qual sugeriu que o líder cubano fosse envenenado com alguma comida ou bebida.Aproximadamente cinco pílulas "de conteúdo altamente letal" foram entregues a Juan Orta, um cubano que recebia dinheiro da máfia do jogo e que tinha vínculos com Fidel.Após várias semanas de tentativas, Orta "voltou atrás e pediu para ser substituído". Ele ainda indicou outra pessoa, que também "fez várias tentativas sem sucesso".O plano foi suspenso devido ao fracasso da invasão da Baía dos Porcos, em abril de 1961.Os documentos também revelaram que, entre agosto de 1965 e outubro de 1967, a CIA manteve detido em uma cela especial, equipada apenas com uma cama, um agente do extinto KGB (antigo serviço secreto russo), chamado Yuri Ivanovich Nosenko.A série de documentos, quase 700, foram escritos há 30 anos, quando o então diretor da CIA, James Schlesinger, pediu a seus agentes, em um memorando divulgado hoje, que detalhassem "qualquer atividade" que estivesse ocorrendo, ou que tivesse ocorrido, e que pudesse ser considerada "como fora da carta legislativa da agência".Segundo Tom Blanton, diretor dos Arquivos de Segurança Nacional - órgão subordinado à Universidade George Washington e especializado na pesquisa de documentos secretos tornados públicos -, a divulgação dos arquivos equivale "a um pedido de perdão dos altos funcionários da CIA por seus pecados".
UOL Busca

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