EUA sequestram Presidente Sadam
Não há ninguém com quem o povo se identifique tanto.
Seu seqüestro e sua atitude digna, altiva, íntegra, fará com que mais gente se some às dezenas de milhares que já se incorporaram à Resistência, até que Sadam esteja livre e não haja um único invasor no Iraque
O seqüestro do líder do povo iraquiano, Sadam Hussein, encontrou sua primeira resposta logo após aquela debilidade mental com que Bush aporrinhou os telespectadores norte-americanos: a explosão no QG ianque em Bagdá, aboletado no Hotel Palestina.
Encontrou, também, sua segunda resposta, nas multidões árabes, dentro e fora do Iraque.
E, terceira, em atitudes de homens de bem de todo o mundo – inclusive do ex-ministro da Justiça americano Ramsey Clark, que ofereceu-se para ir ao Iraque em defesa de Sadam.
Porém, nada mais devastador para o fascismo ianque do que a atitude do próprio Sadam, altivo, inteiro e digno.
Aliás, um dia após o seqüestro, já apareciam alguns queixando-se de que Sadam estava “pouco cooperativo”.
O que queriam?
Certamente, queriam que todos se submetessem a eles.
Só que a vida não é assim.
Logo, Bush apenas aumentou ainda mais o tamanho da marca indelével de bandido que carrega.
Em suma, um fracasso: meteu-se no Iraque - e agora não sabe como sair de lá, com os soldados americanos morrendo a cada dia.
Esperava que o seqüestro de Sadam abatesse o povo iraquiano, e, rápido, a Resistência começa a reduzir-lhe as mesquinhas ilusões a pó.
“26 MILHÕES DE SADAMS”
Invadiu o Iraque com uma farsa, uma fraude.
Nenhuma arma química, ou biológica, ou nuclear, foi achada no Iraque, em 10 meses.
Tem razão Sadam ao dizer que os “EUA podem invadir o Iraque, mas não podem ocupá-lo, nem governá-lo”.
Simplesmente porque o povo iraquiano – com o apoio de todos os povos do mundo – não quer.
Há alguns meses, um dos líderes do partido Baath, respondendo a Bush, que havia dito que não atacaria o Iraque se Sadam saísse do país, afirmou:
“somos 26 milhões de Sadams”.
O povo iraquiano continuará lutando contra o invasor, contra os saqueadores, e com energia redobrada.
Aliás, nas horas seguintes ao seqüestro de Sadam, duas dezenas de colaboracionistas, essa raça asquerosa, chegaram à linha final.
Não existe tarefa mais legítima, na História dos povos, do que a Resistência ao invasor, a luta contra o opressor.
E, no caso, trata-se de um líder que mostrou, ao longo de décadas, seu compromisso com cada iraquiano e, sequestrado, continua mostrando esse compromisso.
Sadam é o homem que comandou o processo de tirar o Iraque do atraso, da miséria e da espoliação forasteira: a Esso, a Shell, a British Petroleum, os patrões de Bush – Rockefellers e outros.
De um país de analfabetos – o próprio Sadam se alfabetizou, graças ao seu empenho, na adolescência - o país transformou-se num território onde, visivelmente, a educação e a cultura tornaram-se acessíveis a todos.
Mesmo em meio aos 10 anos de bloqueio ianque, o país manteve-se, com todas as dificuldades, assim.
CONTROLE SOBRE O PETRÓLEO
Isso somente foi possível, evidentemente, devido ao povo iraquiano ter tomado o controle de suas próprias riquezas, de seus próprios recursos, em primeiro lugar, o petróleo.
Numa das comemorações da nacionalização do petróleo, ainda antes de 1991, Sadam relembrou aquele momento:
“na véspera [da nacionalização, em 1972] veio ao meu gabinete o presidente da Shell.
Ele pedia que o petróleo não fosse nacionalizado.
Quase implorava.
Por um momento, minha atenção foi desviada do que ele dizia, interminavelmente.
Passou, então, pela minha mente uma reminiscência da infância... as mães iraquianas que rondavam o lixo das vilas onde moravam os estrangeiros das empresas de petróleo, procurando alguma coisa para alimentar os seus filhos.
Eu interrompi aquele holandês de pele avermelhada.
‘Está decidido.
O petróleo será nacionalizado.
Por favor, transmita meus cumprimentos à rainha da Holanda’.
No dia seguinte, quando eu vi o povo nas ruas, comemorando a nacionalização, vi algo como pássaros feridos, pensando em quantos sacrifícios seriam necessários para que aquele povo mantivesse a sua conquista, pensando em quanto aqueles homens e mulheres sabiam disso, e em quanto eles estariam dispostos a tal”.
Durante todos os anos desde essa época, o povo iraquiano demonstrou do que estava disposto – e de quanto.
Por essa razão, ninguém o representa tanto, nem há ninguém com quem ele se identifique tanto, quanto Sadam.
E, portanto, o sequestro de Sadam apenas fará com que mais gente se some às dezenas de milhares que já se incorporaram à Resistência, sentindo que a liberdade de Sadam e a liberdade do povo iraquiano são absolutamente insepará-veis, parte uma da outra – e, no sentimento muito preciso e real de um iraquiano, a mesma coisa.
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