terça-feira, 12 de junho de 2007

EUA EM GUERRA


Uma Nação pode conseguir PAZ fazendo GUERRA?


De acordo com uma pesquisa recente, as preocupações sobre guerra são um dos problemas mais importantes do mundo de hoje.


Por que não podemos viver em harmonia?



8 de março de 2003
Com Bush nada é impossível
__Especial__
EUA em guerra D. Demétrio ValentiniLa Insignia. Brasil, 8 de março.


Aconteça ou não a guerra do Iraque, o mundo não está em paz.

Está doente, e sua moléstia é grave.

Não é preciso disparar os mísseis, nem detonar as bombas.

Mesmo caladas, as armas testemunham o arsenal mais perigoso que as produziu.
As relações mundiais estão contaminadas por situações de injustiça, que é alimentada pela ganância e pela exploração dos fortes sobre os fracos, produzindo reações de ódio, de vinganças e de represálias.

As guerras são simplesmente fruto desta dinâmica perversa.

A crise atual fez cair ilusões.

Parecia que o novo milênio começava no embalo do entendimento e na utopia da paz universal. Qual nada!

Já nos primeiros anos deste novo século revela-se uma incontida pressa por deflagrar conflitos e decretar guerras.

Realimenta-se a tese de que a guerra é laboratório indispensável para os avanços da humanidade.
Alguns, cinicamente, não duvidam que ela é vital para dinamizar a economia e para faturar vantagens que a hegemonia militar proporciona.

Bastou a ameaça, para que a guerra já suscitasse os seus efeitos maléficos.

Reacendeu velhas rixas no continente europeu, que de novo se vê perigosamente dividido.

Fez de novo aparecer os temores da Turquia, inquieta com a rebeldia sufocada dos curdos que ela ainda mantém, como último resquício do velho império otomano, que desmoronou com a primeira guerra mundial.

Palestinos e israelenses, atolados em seu confronto fratricida, espreitam as novas oportunidades que uma possível conflagração generalizada poderia lhes proporcionar.
Na verdade, os temores da guerra reacendem feridas que ainda não cicatrizaram.

E evidenciam injustiças que ainda permanecem sangrando.

A pesada herança dos últimos séculos deixou a África saqueada, empobrecida, com fronteiras inadequadas impostas pelos colonizadores, e agora relegada à própria sorte.
A América Latina, forçada a entrar apressadamente numa globalização comandada pelos interesses dos países detentores do poder financeiro e das tecnologias de ponta, engoliu empréstimos que continham a cicuta dos juros exorbitantes, e agora se vê exaurida, suando sangue para manter compromissos que vão comprometendo sempre mais suas energias e seu futuro.
Os árabes permanecem ressentidos pela maneira fácil como o ocidente suga seu petróleo e tira proveito de suas fragilidades culturais e políticas.

Os países da Ásia não estão nada conformados com o papel secundário com que se pensou confiná-los na geopolítica mundial.

E aguardam a vez para uma revanche que julgam mais do que justa.
Este é o mundo.

Não estranha que esteja em guerra.

Nem será duradoura uma paz que imponha a ordem da injustiça.

Para que finalmente aconteça a paz verdadeira se faz necessário desmontar muitas injustiças, e remover suas iníquas conseqüências.
Talvez o mérito deste tosco confronto entre Bush e Sadam seja desnudar a evidência de que o mundo precisa de profundas transformações.

Não precisamos de bombas nem de mísseis.

Necessitamos, com urgência, da grandeza de ânimo de líderes que tenham a clarividência e a coragem de remover as injustiças sobre as quais se baseia a atual ordem mundial.

Só assim o mundo terá paz.


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