Saddam promete lutar até com adagas contra o Ocidente
Saddam Hussein comparou iraquianos a palestinos
O líder iraquiano, Saddam Hussein, respondeu de maneira desafiadora às ameaças de Estados Unidos e Grã-Bretanha sobre uma possível operação militar contra o país.
Em uma reunião de gabinete, no domingo, Saddam afirmou que, se necessário, o povo iraquiano vai "lutar com adagas" contra o "sofisticado inimigo".
O discurso do líder iraquiano foi uma resposta aos alertas do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, de que uma ação militar pode ser necessária, caso o Iraque não permita a entrada dos inspetores de armamentos da ONU no país.
Saddam comparou os iraquianos com os palestinos e garantiu que vai resistir contra qualquer operação militar.
Luta com adagas
"Se metade das suas defesas aéreas forem destruídas, vai lutar com a outra metade", disse o líder iraquiano aos membros do gabinete.
"Se a outra metade for destruída,vai lutar com adagas, assim como nossos irmãos na Palestina estão fazendo agora", acrescentou.
"Nós vamos lutar com pedras, mísseis, aviões e com tudo o que tivermos", declarou Saddam.
Nos próximos dias, o ministro do Exterior do Iraque, Naji Sabri, deve viajar a Nova York para conversar com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
Autoridades iraquianas querem que os funcionários da ONU realizem a inspeção de armas no país dentro de um período pré-definido e, depois disso, suspendam as sanções impostas contra o Iraque.
Oposição em Londres
Cerca de 150 membros do Parlamento britânico, a maioria do Partido Trabalhista (o mesmo de Blair), já assinaram uma moção expressando "profundo desconforto" com o envolvimento da Grã-Bretanha nos planos de ataque ao Iraque.
"A retórica sobre qualquer possível ação no Iraque, sem evidências relevantes de que Saddam está envolvido com a criação de armas de destruição em massa, é muito irresponsável", disse a ex-ministra do Trabalho da Grã-Bretanha, Glenda Jackson.
No meio político britânico, especula-se que a secretária de Desenvolvimento Internacional da Grã-Bretanha, Clare Short, possa renunciar ao cargo, caso o governo do país apóie uma operação militar americana sem a participação da ONU.
Short é conhecida como uma pacifista histórica e, em outras oportunidades, já manifestou oposição a operações militares.
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