quarta-feira, 11 de julho de 2007

CONFERÊNCIA: REPÚDIO À VIOLÊNCIA E AOS ASSASSINATOS DE INTELECTUAIS NO IRAQUE

[foto: Universidade de Madri)

Declaração de CRUMA
Traduzido do inglês por Daniele Nascimento*

Repúdio da Conferência de Reitores das Universidades Públicas em Madrid
à violência e aos assassinatos de professores universitários no Iraque

Conferência de Reitores das Universidades Públicas de Madri, dia 12 de 2006


Depois do acordo obtido pela direção da Universidade Autônoma de Madri, na ocasião do Seminário Internacional sobre o assassinato e o estado de saúde dos professores universitários no Iraque, realizou-se a conferência “Uma guerra feita para destruir a cultura e o futuro do povo Iraquiano”, organizada em Madri nos dias 22 e 23 de abril. Na proposta mencionada pelo Reitor da Universidade, Senhor Angel Gabilondo, a Conferência de Reitores das Universidades de Madri (CRUMA), aprovou no encontro de 12 de junho de 2006 a declaração institucional de repúdio ao assassinato de professores universitários no Iraque e a situação de violência á qual o país está sendo submetido.
A Campanha Espanhola contra a Ocupação e a favor da Soberania Iraquiana quer expressar sua gratidão aos Reitores da Universidade Complutense de Madri, e a satisfação por aprovar este documento, o primeiro passo em direção ao repúdio institucional – na Espanha e a nível internacional – da onda de assassinatos de professores universitários no Iraque. Outro fato preocupante é a violação dos direitos humanos, uma violência covarde que o povo iraquiano está sofrendo como conseqüência da ocupação dos Estados Unidos e seus aliados. Este documento foi direcionado para sua aprovação no Conselho de Reitores das Universidades Públicas da Federação Espanhola (CRUE).
Documento aprovado pela Conferência de Reitores das Universidades Públicas de Madri (CRUMA), Complutense, Autônoma, Alcalá de Hernares, Politécnica, Carlos III e Rei Juan Carlos I, no encontro em Madri, no dia 12 de junho de 2006.
Em meio à violência generalizada no Iraque e o assassinato de professores universitários, o sofrimento diante de uma terrível situação de violência indiscriminada cresce a cada dia, afetando profundamente vários setores da sociedade iraquiana. Ao lado da destruição das condições básicas de sobrevivência da população, o aumento do terrorismo contribui para o surgimento de um processo interno de destruição, que leva a sociedade iraquiana ao risco de um colapso definitivo.


O Iraque é um país fundado no enriquecimento mútuo de comunidades que foram formadas durante toda a sua história milenar.


Hoje, encontra-se diante de uma efetiva extinção pela intensa violência religiosa.


O sistemático assassinato de professores universitários tem uma importância particular para o futuro do país.
Depois do dia 14 de abril, o diretor geral da UNESCO, Koichiro Matsura, denunciou o assassinato de professores iraquianos como resultado da ocupação de seu país abril de 2003 (Comunicado à imprensa, n° 2006-31).


Em outubro de 2005, a Secretaria Iraquiana de Ensino Médio reconheceu o assassinato de 146 professores universitários durante aquele período, o número de professores iraquianos assassinados já superou a marca de 180, para evidenciar as diferenças entre as fontes de informação como a Associação Iraquiana de Professores Universitários.
No último dia 8 de maio, o jornal iraquiano az-Zaman denunciou a circulação de uma nova lista.


A avaliação da lista de professores ajuda a entender a magnitude do problema: professores de todas as universidades do país, em todo o campo acadêmico, estão sendo assassinados.


A maior parte é de profissionais altamente qualificados em suas especialidades, chefes de departamentos e membros do novo corpo universitário, eleitos democraticamente.


Ao lado desta metódica campanha de assassinatos de professores, no dia 24 de abril dois carros-bomba explodiram pela primeira vez na universidade Al-Mustansiriya, em Bagdá, causando a morte de cinco estudantes.


Diante dos fatos, a Conferência de Reitores das Universidades Públicas de Madri (CRUMA) teve os seguintes objetivos:
1. Expressar sua extrema preocupação e seu total repúdio em relação á terrível e generalizada violência que a sociedade iraquiana está sofrendo e, especificamente, a que afeta os professores universitários no Iraque. Debater sobre o futuro do desenvolvimento cultural e científico do país, que está levando a um enorme êxodo de professores, bem como o colapso da universidade como instituição;
2. Estimular os órgãos internacionais competentes para que investiguem as denúncias e adotem atitudes específicas para proteger a comunidade de professores universitários iraquianos, em particular a UNESCO, a Federação Internacional de Universidades e a Associação das Universidades Árabes na estrutura da Liga dos Estados Árabes;
3. Chamar a atenção do governo espanhol l, das autoridades iraquianas e dos países com forças militares que atuam no Iraque, para que cumpram suas obrigações assumidas para a proteção das cidades iraquianas e, em particular, no caso da comunidade de professores universitários. Questionar sobre o rumo das investigações sobre a série de assassinatos contra acadêmicos iraquianos.

Ángel Gabilondo Pujol, Reitor da Universidade Autônoma de Madri
María Jesús Sastre Arranz, Reitora do Corpo Universitário Complutense de Madri
Virgilio Zapatero Gómez, Reitor da Universidade de Alcalá de Henares
Javier Uceda Antolín, Reitor da Universidade Politécnica de Madri
Gregorio Peces-Barba Martínez, Reitor da Universidade Carlos III
Pedro González-Trevijano, Reitor da Universidad Rei Juan Carlos I, em Madri

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