Iraque em Lisboa (continuação)
Na sessão referida em Iraque em Lisboa mais coisas foram ditas.
Fica aqui o registo do que consegui tomar nota a partir das várias intervenções, incluindo a de Al Kubaishi.
Para que conste:- em Julho de 2005 estavam contabilizados 220 mil mortos civis (a administração americana não faz esta contabilidade);
- foram lançadas em solo iraquiano 3 mil toneladas de urânio, o que é 126 mil vezes o poder radioactivo da bomba atómica lançada sobre Hiroshima.
Os níveis de radioactividade resultantes perdurarão por 4500 milhões de anos (a idade da Terra), e estão esperados mais 25 milhões de cancros;
- há esquadrões da morte apoiados pelos EUA e por Israel que já mataram 350 professores e intelectuais iraquianos. Mais de 1000 foram assim obrigados a sair do país;
- conhecem-se 82 mil presos nas prisões do Iraque, entre eles 400 raparigas da resistência;
- há mais de 11 mil presos em prisões das bases militares ocupantes (são ao todo 29 mas os media só falam em Abu Graib, na do aeroporto e ainda numa outra terceira);
- 70% da população activa encontra-se desempregada, o que explica que muitos jovens vejam como única saída o alistamento na polícia, mesmo contra o seu próprio povo;
- dezenas de jovens com 12-16 anos de idade iniciaram a resistência, a qual compunha-se de 100 mil pessoas em 2004, ascendendo agora a 300 mil pessoas;
- foi dado um exemplo da falta de escrúpulos dos ocupantes: pretendendo chegar a uma casa em particular, destruíram 169 outras casas que encontraram pelo caminho...
- actualmente, nenhum jornalista pode entrar em Fallujah, americano ou não. As pessoas de Fallujah têm um livre-conduto. Se saírem da cidade sem ele não as deixam voltar a casa;
- há 2 milhões de famílias a ganhar menos de $5 por mês. Esta informação consta de um relatório do Ministério do Trabalho iraquiano.
Há ainda uma questão que achei particularmente importante e que foi mencionada pelo Presidente da Aliança Patriótica usando mais ou menos estas palavras: "as forças ocupantes devem não só desocupar imediatamente o Iraque mas também indenizar o país pelos danos causados e pedir desculpa ao povo iraquiano".
No final da sessão foi projectada uma reportagem/documentário da RAI sobre o ataque a Fallujah.
Março 16, 2006
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