domingo, 29 de julho de 2007

IRAQUE: VENCEDOR DA COPA DA ÁSIA







29/07/2007 01:07 - Com o título, o Iraque está classificado para a Copa das Confederações de 2009, que reunirá todos os campeões continentais e da Copa do Mundo na África do Sul

Soldado iraquiano exibe bandeira e fuzil durante festa
Indonésia, 29/07/2007 - O torcedor iraquiano, acostumado a guerra e a sofrimentos, vive momento de extrema alegria com sua seleção
Iraque, 29/07/2007 - Soldados iraquianos comemoram com fuzis nas mãos a conquista histórica da Copa da Ásia

Iraque, 29/07/2007 - A guerra deu lugar a festa em diversas cidades do Iraque
Comemoração da Copa da Ásia deixa 4 mortos no Iraque
Dezenas de milhares de iraquianos saíram às ruas hoje, desafiando um toque de recolher imposto pelo governo, para comemorar a inédita conquista da Copa da Ásia de futebol.
Na final do torneio, em Jakarta (Indonésia), os "leões da Mesopotâmia" venceram a seleção da Arábia Saudita por 1 a 0.
Segundo o governo iraquiano, pelo menos quatro pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas pelos disparos feitos durante as comemorações.
Mas não houve informes de carros-bomba como o que matou pelo menos 50 pessoas em Basra na última quarta-feira, depois de a seleção do Iraque vencer a da Coréia do Sul na semifinal da Copa da Ásia.
"Longa vida ao Iraque" e "Bagdá é vitoriosa", gritavam os torcedores ao dançar e dar tiros para cima em cidades como Bagdá, cuja população é mista de xiitas e sunitas, em Basra (predominantemente xiita), em Tikrit (cidade sunita onde nasceu o presidente Saddam Hussein, deposto após a invasão do país pelos EUA) e Sulaimaniyah (de maioria curda).
"Há uma grande diferença entre os Leões da Mesopotâmia, que lutam para pôr um sorriso nas faces de seu povo, e aqueles que trabalham nos cantos escuros, espalhando a morte e a lamentação entre o povo inocente.
Estamos orgulhosos de vocês. Vocês merecem nosso amor e respeito", disse em comunicado aos jogadores o primeiro-ministro Nouri al-Maliki (xiita).
O governo iraquiano ofereceu um prêmio de US$ 10 mil a cada jogador da seleção.
Já o presidente do Iraque, Jalal Talabani (curdo), anunciou um prêmio de US$ 20 mil para Younis Mahmoud, o autor do gol na vitória sobre os sauditas, depois de um passe do único jogador curdo da seleção, Mulla Mohammed.
Durante entrevista em Jakarta depois da vitória, Mahmoud disse que não voltaria ao Iraque para comemorar.
"Não quero que o povo iraquiano fique zangado comigo, Mas, se eu voltar com a equipe, qualquer um poderá me matar. Um de meus amigos mais chegados, gente do governo foi à casa dele para prendê-lo e nem eu, nem sua família soube onde ele estava durante mais de um ano", disse o jogador.
Mahmoud, que atua no futebol do Qatar, no Golfo Pérsico, também criticou a ocupação de seu país por tropas dos EUA.
"Quero que a América saia. Hoje, amanhã ou depois de amanhã, mas que eles saiam. Eu gostaria que os americanos não tivessem invadido o Iraque e espero que isso termine logo", acrescentou.
A seleção iraquiana não joga em seu próprio país desde a primeira invasão norte-americana, há 17 anos.
Como quase todos os jogadores da seleção iraquiana são xiitas, a partida entre Iraque e Arábia Saudita, predominantemente sunita, foi apelidada de "Ali versus Omar", lembrando a origem da oposição entre as duas principais correntes religiosas do mundo muçulmano (segundo os xiitas, no final do século VII, Omar Ibn al-Khatab, o segundo califa, teria usurpado o poder de Ali Ibn abi-Taleb, primo do profeta Maomé).
Em Bagdá, o comando das forças de ocupação norte-americanas informaram que dois soldados dos Estados Unidos morreram hoje em ataques ocorridos em diferentes pontos da capital.
Essas baixas elevam para 3.648 o número de militares dos EUA mortos no Iraque desde a invasão, em março de 2003.
Ao todo, a coalizão que invadiu o Iraque contabiliza 3,940 militares mortos.
Há estimativas de que o número de iraquianos mortos desde o início do conflito supera os 650 mil.

Nenhum comentário: