quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Comparemos: Iraque de Saddam e pós-Saddam


O DIA EM QUE GEORGE CHEGOU...


Comparemos quanta pilhagem está agora a ter lugar no Museu Nacional Arqueológico de Bagdad e noutras partes do Iraque, à era do regime de Saddam.


Comparemos quanto contrabando e roubo de petróleo existe agora em comparação com os tempos em que Saddam era presidente.


Juntemos a isto violações, roubos, assaltos e por último, mas não menos importante, a limpeza étnica generalizada.


Quantas igrejas se construíram durante o reinado de Saddam e, quantas mesquitas foram destruídas desde que chegou George Bush?


Quando Saddam era Presidente, os judeus de Bagdad andavam à vontade nas ruas da cidade,mas agora têm de ser protegidos por mercenários bem pagos…


Quantos iraquianos fugiram do seu país em comparação com os dois milhões de trabalhadores estrangeiros que estavam bem empregados no Iraque antes de que o George chegasse…


Não é preciso ter um Doutoramento em Ciências Políticas, nem ser especialista em história do Médio Oriente…


Acenda a sua televisão!


Se a Al-Qaeda alguma vez existiu… nunca foi dentro do Iraque, até e somente depois de que o George chegasse.


A fome, o caos e a guerra civil chegaram depois da invasão do George.


Se os EUA e os seus paus-mandados se retirassem do Iraque na tarde da próxima sexta-feira, a paz voltaria… na manhã da seguinte segunda-feira.


Nunca houve armas escondidas, nem vamos ver nenhuma democracia!


Boa-noite!


Adeus!


E para a próxima vez deixem os vossos “Georges” em casa e com trela…



Raja Chemayel

Que idioma?

JÁ EXPERIMENTOU A LÍNGUA DA VERDADE?

Mao Tse Tong falou chinês com os vietnamitas.
Karl Marx falou alemão com os russos.
Jesus da Nazaré falou aramaico com aquelesque só rezavam em hebraico.
Maomé falou árabe com os árabes.
A Igreja Católica falou latim com os europeus.
A Igreja Ortodoxa falou grego com os russos.
A Igreja Cóptica falou Cóptico com os filhos do Faraó.
E Maomé falou árabe com os árabes.
E os Sionistas falaram iídiche com os judeus polacos.
Os israelenses tiveram de aprender primeiro hivrit, antes de falar com os etíopes.
Golda Meier falava russo com a mãe.
Isaak Rabin falava lituano com a mãe.
Ariel Sharon falava russo com a mãe.
Simon Perez falava polaco com a mãe.
Arafat falava árabe com a mãe.
Jamal Abdel Nasser falava árabe com todos os árabes.
Anwar el Sadat falava inglês apenas com os egípcios.
King Hussein falava inglês com os filhos e Saddam Hussein falou árabe até à hora do seu enforcamento.

Que idioma quer ouvir?
De que idioma gosta mais?
Que idioma seduz a sua mente?
Já experimentou a língua da verdade?
Eu escrevo em inglês porque o meu computador não tem o alfabeto árabe.
Falo holandês com os meus filhos, alemão com a minha mulher, francês com os meus primos, mas árabe com a minha mãe… e falo em árabe com o meu Deus.

Raja Chemayel
Um árabe a escrever em inglês
Publicada por Cristina

http://umarabefrustrado.blogspot.com/2007/07/que-idioma.html

MENSAGEM DA MADRUGADA

"Os ignorantes, que acham que sabem tudo, privam-se de um dos maiores prazeres da vida: APRENDER". (Gustavo de Assis).

Tudo pelo Bem... De quem?

DEZ PASSOS PARA CHEGAR AO ISRAÓLEO

Primeiro, dizemos que o Presidente Saddam era um ditador perverso
Em segundo lugar,acusamos Saddam de ter Armas de Destruição Massiva
Em terceiro lugar,bombardeamos e invadimos o Iraque.
Em quarto lugar,declaramos que a agressão barbárica é uma “missão cumprida”pelo bem da democratização no berço da civilização.
Em quinto lugar,promovemos, iniciamos e organizamos o caos total no Iraque levando ao poder os senhores da guerra, os poderes feudais, os mullahse até os ladrões + 107.259 mercenários.
Em sexto lugar,perdemos a guerra e depois culpamos a Al-Quaeda e tentamos encontrar uma saída...
Se não, passamos ao número 7…
Em sétimo lugar, invadimos o Líbano, como distracção, porque Israel fracassou de todas as maneiras e repetidamente também.
Em oitavo lugar, se nunca encontrarmos as armas de Saddam escondidas no Líbano,então continuamos (de acordo com o planeado) a procurá-las, na Síria...
Em nono lugar,depois de devastar, destruir e arruinar a Síria, também,o último, e décimo passo, será declarar tudo isto um êxito total,e tudo em benefício de Israel...Claro!
Posso estar enganado, por isso aceitaria quaisquer outras análises ou acusações.
Até lá eu digo:“Foi tudo feito pelo bem de Israel”ou melhor “pelo bem do Israóleo”.

http://umarabefrustrado.blogspot.com/search/label/Armas%20de%20Destrui%C3%A7%C3%A3o%20Massiva

Devils for Bush

Muito provavelmente é verdade que George W. Bush fala com Deus, mas resta saber se Deus, alguma vez falou com George.
Sendo tão ignorante sobre tantos temas e disciplinas ele também é muito fraco, especialmente a geografia, supostamente foi “pedido” a George W. Bush que “invadisse o Irão” mas acabou por incendiar o Iraque, independentemente de quem lhe tenha pedido para o fazer…
O George errou no alvo… apenas por uma letra…e um milhão de mortos e quatro milhões de refugiadosconsideram-no responsável… sem esquecer também…vinte cinco mil norte-americanos que usamuma cadeira de rodas ou um membro artificial…
Em segundo lugar, de certeza que foi alguém, que não Deus,que pediu ao George que “invadisse o Irão”ou praticamente para invadir o Iraque…
De qualquer forma, o Diabo, Haliburton, Blackwater,Al-Qaeda e Israel não se queixam da ignorância ou do erro do George.
http://umarabefrustrado.blogspot.com/search/label/Iraque

Estado Palestino Fantoche

Conferência de Anápolis
Imperialismo marca conferência para formação de um Estado palestino fantoche
25 de novembro de 2007

O departamento de Estado norte-americano confirmou na quarta-feira (21) a realização da conferência internacional sobre o Oriente Médio, marcada para o dia 27 de novembro na cidade de Anápolis, no estado de Maryland.

"Tenho o prazer de anunciar que no dia 27 de novembro os Estados Unidos receberão o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, o presidente da Autoridade Palestina (ANP), Mahmud Abbas, membros do comitê da Liga Árabe, do Conselho de Segurança das Nações Unidas, do G8, e outros atores importantes do cenário internacional, para uma conferência em Anápolis, Maryland", confirmou o porta-voz do departamento de Estado, Sean McCormack (AFP, 21/11/2007).

Foram convidados ao todo autoridades de 49 países e instituições, mas os EUA tentam convencer mais países árabes considerados chaves a enviarem seus delegados ao encontro, como a Síria, que se compromete a participar da conferência somente se a questão das Colinas de Golã entrarem na pauta.
O território sírio está ocupado por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, ocorrida em 1967, na qual foram ocupados também Faixa de Gaza, Cisjordânia e Península do Sinai.

Numa demonstração amistosa com Abbas, o governo israelense anunciou durante a semana uma lista com centenas de nomes de presos palestinos que deverão ser libertados antes do encontro.
Ao todo são 431 nomes, todos membros do Fatah, partido de Abbas, e nenhum está vinculado a atentados contra israelenses.
Israel tem mais de 11 mil presos palestinos e a libertação destes é uma das principais reivindicações da ANP.
Entre julho e outubro deste ano, ao menos 350 presos foram soltos, a maioria membros do Fatah.
O governo de Ehud Olmert quer um acordo com Abbas e o Fatah, e não com o povo palestino, que vive em situações subumanas por causa do boicote do imperialismo na Faixa de Gaza.
Esta é também uma oferta em troca do apoio de Abbas ao reconhecimento do Estado hebreu em área palestina.
Após sete anos desde o fracasso das últimas conversações sobre a formação de um Estado palestino, o imperialismo tenta agora mais do que nunca promover uma conferência para a institucionalização de um Estado lacaio aos seus interesses.
http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=1808

Conferência de Anápolis

Ehud Olmert (sionista)
Harry Potter
Mahmoud Abbas (cisjordão)
o Capuchinho Vermelho
Husny Mubarak (faraonistão)
o Popeyo
Rei Abdullah II (hachemita)
a Bela Adormecida
o Rei Abdullah Bin Saud bin Abdul Aziz (wahhabista)
Shrek
Jalal Talabani (Halliburstão)
Alice (a do País das Maravilhas)
Hamid Karzai (ópiostão)
o Cavaleiro Solitário e Tonto
Bernard Kouchner (se ainda não for refém em Beirute)
o rato Mickey
os Ministros dos Negócios Estrangeiros da Liga Árabe (os limpa botas).
Sem esquecer:
a Macedónia,
a Lituânia e
o Kosovo,que são os principais participantes!
Também estarão presentes: a imprensa,
e a chamada imprensa livre,
juntamente com a imprensa livre e a imprensa não tão livre.
N.B. O estacionamento está asseguradoe a comida é kosher.
N.B.: Notará que a esta conferência foi dado o nome de:“Conferência de Anápolis”ou seja, a palavra “paz” não foi usada,em nome da honestidade e da credibilidade.
Por isso, não é: a Conferência de Paz de Anápolis nem a Conferência para a Reconciliação de Anápolis nem a Conferência pela Justiça de Anápolis nem a Conferência pela Libertação de Anápolis nem sequer a Conferência de oportunidades para tirar fotografias de Anápolis.
R.S.F.F.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

NINGUÉM ENCONTRA UMA PALAVRA PARA DESCREVER ISTO!

Se um ocidental tem cinco namoradas,
deixa três delas, engravida as outra duas e se casa com a sexta, só para depois se divorciar, chamam-no playboy!

Quando um árabe tem mais de uma namorada, chamam-no infiel, macho ou macho chauvinista senão maníaco sexual.

Quando Saddam Hussein ocupou o seu Koweit, chamaram-no invasor, ditador e “ameaça a paz”,

quando George Bush bombardeia Bagdad, chamam-no “distribuidor da democracia”.

Quando os talibãs proíbem o comércio de ópio no Afeganistão e também a sua exportação para o ocidente chamam-nos perversos e uma ameaça para o ocidente.

Quando as forcas da NATO esperam que de outra maneira as exportações de ópio para o ocidente aumentem …

Ninguém encontra uma palavra para descrever isto.

Quando um piloto israelense bombardeia a central eléctrica de Beirute chamam-no “herói”,

quando um palestino viaja num autocarro israelense cheio de colonos ilegais e de militaresa caminho do trabalho…

chamam-no terrorista!

O Presidente Ahmadinejad não detém uma execução totalmente legal de um criminoso condenado em Teerão…enquanto o Presidente Bush nunca deu nenhuma amnistia, nem adiamento, aos prisioneiros no corredor da morte…

E depois o Professor Lee Bollinger chama ao Presidente Ahmadinejad “ditador mesquinho”…

Quando o Presidente Ahmadinejad propôs que se apagasse do mapa um estado agressor, ilegal e ilegítimo chamado Israel,chamaram-lhe tirano e anti-semita.

O que é que devemos chamar ao Presidente Bush por apagar praticamente o Iraque do mapa?

Quando Bollinger se queixados prisioneiros “inocentes” em Teerão…o que é que devemos chamar aos prisioneiros da Baía de Guantánamo?

Quando um russo de olhos azuis que nem sequer é semita, e muito menos judeu, chega à Palestina, chama-se a isto a “lei dos retornados”.

Os palestinos que estão exilados, ou a viver debaixo da ocupação não têm nome…

chamam-lhes “os filhos de um Deus inferior”.

Raja Chamayel

À espera que o Professor Bollinger fume ópio afegão e termine numa prisão do Bush e tenha o Presidente Ahmadinejad como seu advogado…

29 de Setembro de 2007

Visite o meu blog antes que o Professor Bollinger o faça!!
http://frustratedarabdiary.blogspot.com
Publicada por Cristina
http://umarabefrustrado.blogspot.com/search/label/Bagdad

ALVO: IRAQUE

NORMAN SOLOMON E REESE ERLICH
ALVO: IRAQUE
O que a imprensa não contou

Copyright © 2004, by Expressão Popular
Título original: Target Iraq: Wath The Midia Didn’t Tell You
Tradução: Tatiana Carvalho de Azevedo e Maitê Carvalho Casacchi
Revisão: Geraldo Martins de Azevedo Filho
Projeto gráfico, diagramação e capa: ZAP Design
Impressão: Cromosete
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada
ou reproduzida sem a autorização da editora.
1ª edição: dezembro de 2004
EDITORA EXPRESSÃO POPULAR LTDA
Rua Abolição, 266 - Bela Vista
CEP 01319-010 - São Paulo-SP
Fone/Fax: (11) 3112-0941
Correio eletrônico: vendas@expressaopopular.com.br
www.expressaopopular.com.br
Solomon, Norman
Alvo: Iraque: o que a imprensa não contou / Norman
Solomon e Reese Erlich ; tradução [de] Tatiana Carvalho
de Azevedo e Maitê Carvalho Casacchi. --1.ed.-- São Paulo
: Expressão Popular, 2005.
144 p.
Título original: Target Iraq: wath mídia didri’t tell
You.
Livro indexado em GeoDados-http://www.geodados.uem.br
1. Iraque – Guerra – História. 2. Iraque – Política e
governo. 3. Iraque – Relações exteriores – Estados
Unidos. 4. Iraque – Guerra e imprensa. 5. Armas de
destruição de massa – Iraque. 6. Iraque – Guerra –
Motivos. 7. Iraque – Guerra – Geoge Bush. 8. Iraque –
Recursos minerais. I. Erlich, Reese. II. Título.
CDD 21.ed. 327.567073
956.70443
Eliane M. S. Jovanovich CRB 9/1250
S689a
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(Biblioteca Central - UEM, Maringá – PR., Brasil)
OS CADÁVERES DE FALUJA
ACUSAM GEORGE BUSH
José Arbex Jr.

O monstruoso ataque das tropas estadunidenses a
Faluja, no Iraque, iniciado em 8 de novembro de 2004,
foi a primeira grande demonstração do que o mundo
pode esperar após a reeleição de George Bush ao cargo
de presidente dos Estados Unidos.
Conduzido à Casa
Branca, no ano 2000, graças a um processo fraudulento,
Bush interpretou sua vitória eleitoral, quatro anos
depois, como um aval concedido pela opinião pública
estadunidense aos ataques terroristas de suas tropas
contra outros povos, em particular o iraquiano.
Os cadáveres
de Faluja, fortaleza da resistência iraquiana aos
invasores, são os primeiros troféus da nova administração
Bush.
As grandes corporações da mídia estadunidense têm
uma grande responsabilidade por isso, por uma simples
razão: elas ocultam as dimensões reais do massacre, da

chacina, da crueldade que atinge, de preferência, crianças,
mulheres, idosos, os cidadãos comuns, pacíficos e
desarmados do Iraque.
Certo: ficamos, eventualmente, sabendo que um soldado
estadunidense dispara, a sangue frio e com covardia,
contra um homem mortalmente ferido, desarmado
e estendido indefeso no chão; sabemos também que
mesquitas são profanadas e que iraquianos presos são
torturados e humilhados por sorridentes oficiais de Tio
Sam; aqui e ali escapam imagens de mães desesperadas,
carregando no colo filhos pequenos esvaindo em sangue.
Mas isso tudo, horrível como é, constitui apenas a
ponta do iceberg, como indicam relatos de organizações
humanitárias e de observadores independentes, incluindo
a Cruz Vermelha, Anistia Internacional e vários outros.
A julgar por esses testemunhos, amparados em fotos
e documentos que circulam pela Internet, não é exagero
afirmar que as tropas de Bush praticaram um
genocídio de grandes proporções no Iraque e, particularmente,
em Faluja.
As corporações da mídia aprenderam a lição do
Vietnã, e sabem que uma opinião pública bem informada
dificilmente aceitaria a imposição de tais horrores a uma
população inocente.
Daí o pacto de cumplicidade com
as Forças Armadas dos Estados Unidos, sintetizado pela
figura do jornalista “embedded”, ou “acamado” em tradução
livre do inglês.
O jornalista embedded é aquele que
aceitou se submeter a uma série de 50 normas estabelecidas
pelo Pentágono, como condição para acompanhar
as tropas.

As normas previam, entre outras coisas, que ele não
poderia reportar nada que não fosse aprovado pelos
chefes do regimento em que se encontra, o mesmo valendo
para as transmissões de imagens.
Tampouco poderia
deslocar-se para áreas consideradas perigosas.
Em
resumo, não teria a menor independência, nem sequer
para observar os fatos. Uma boa descrição do correspondente
embedded foi feita pelo jornalista israelense Uri
Avnery, durante a invasão do Iraque, em março de 2003:
“Os médicos estão comprometidos pelo juramento de Hipócrates
a salvar vidas na medida do possível.
Os jornalistas estão forçados
pela honra profissional a dizer a verdade, da maneira como
a vêem.
Nunca tantos jornalistas traíram tanto o seu dever como
na cobertura.
O pecado original deles foi aceitar o acordo de
participar de unidades do exército.
O termo estadunidense
embedded soa como sendo posto a cama, e a isso corresponde
na prática.
Um jornalista que aceita a cama de uma unidade do exército se
torna um escravo voluntário.
É agregado aos subordinados, ao
comandante, é levado para os lugares que interessam ao comandante,
vê e escuta aquilo que o comandante deseja.
É pior do
que ser um porta-voz oficial do exército, por pretender ser um
repórter independente.
O problema não é que você só vê uma fração pequena do grande
mosaico da guerra, mas sim transmitir uma visão falsa daquela
pequena fração.
Na guerra das Malvinas e na primeira do
Golfo, foi vetado o acesso dos jornalistas às áreas de conflito.
Parece que desta vez alguém brilhante no Pentágono teve uma
idéia:
“Para que afastá-los?
Deixemos que entrem.
Diremos o
que escrever e transmitir, e comerão em nossas mãos, como
mascotes.”

Desde os 19 anos, sou jornalista.
Sempre tive orgulho de ser jornalista.
Hoje, estou envergonhado, ao ver um grande grupo de
jornalistas sentado diante de um general cheio de estrelas, escutando
avidamente o que chamam de “informações”, sem formular
nem a pergunta mais simples.
E quando um repórter coloca
alguma questão real, ninguém protesta quando o general responde
com fórmulas de propaganda banais.
Quase todos os relatos
jornalísticos desta guerra formam um espelho deformado.
Nele
nós vemos um quadro manipulado, deformado e mentiroso”.
1
A operação de falsificação das informações, como
nota Avnery, é brilhante: aparentemente, concede-se ao
jornalista total liberdade de presenciar os combates; seus
movimentos são monitorados pelo Exército em nome de
sua própria segurança, assim como a possibilidade de
cobrir tal ou qual área é determinada unicamente por
razões de estratégia militar.
Oficialmente, portanto, não
há censura, de forma alguma.
Na prática, são aceitos
apenas os correspondentes “bem comportados” que aceitam
deitar-se na cama dos oficiais. Avnery observa, com
amarga ironia:
Júlio César, quando comandava suas
tropas nos confins do império romano, integrava ao
regimento prostitutas encarregadas de prestar serviço aos
soldados; Bush integra correspondentes de guerra.
Como
diz Reese Erlich, co-autor do livro aqui apresentado:

“A maioria dos jornalistas enviados ao exterior já aceitou as
condições do império.
Eu não conheci sequer um correspondente
internacional no Iraque que discordasse da idéia de que os Estados
Unidos e a Inglaterra têm o direito de depor o governo
iraquiano por meio da força.
Eles discordavam apenas em relação
ao momento, se a ação deveria ser unilateral e se uma ocupação
de longo prazo seria o melhor a fazer”.
Claro que não cabe a Bush o mérito de ter inventado
a crueldade.
Ele apenas prolonga, intensifica e aprofunda
a tradição imperial dos Estados Unidos, sentida na pele
pelos habitantes de Hiroshima e Nagasaqui, Vietnã, Laos
e Cambodja – apenas para citar alguns exemplos de
morticínios bem conhecidos, sem falar das ditaduras
militares latino-americanas.
Norman Solomon, o outro
co-autor deste livro, lembra as responsabilidades do
presidente Bill Clinton pela tragédia iraquiana.
Clinton
manteve a política de sanções econômicas e comerciais
contra o Iraque, decretada por George Bush (pai), logo
após o primeiro ataque a Bagdá, em 1991:
“Os efeitos das sanções martelavam meu pensamento quando
nossa delegação visitou, em Bagdá, o Hospital Pediátrico Al-
Mansour, onde mães, sentadas em colchões finos, acompanhavam
o sofrimento de seus filhos, vítimas de leucemia e câncer.
Os jovens não estavam recebendo a quimioterapia adequada –
resultado direto das sanções impostas pelos EUA.
Ao andar pela ala do câncer, lembrei-me de uma resposta da
então secretária de Estado, Madeleine Albright, durante uma
entrevista no programa de TV ‘60 Minutes’ que foi ao ar em 6

de maio de 1996.
Lesley Stahl, correspondente da CBS, afirmou:
‘Ouvimos dizer que meio milhão de crianças morreram’ e então
perguntou: ‘É um preço que vale a pena pagar?’
Albright replicou:
‘Eu acho que é uma decisão muito difícil, mas o preço –
acreditamos que vale a pena pagá-lo’.”

Solomon e Erlich visitaram várias vezes o Iraque, nos
meses que antecederam a invasão de 2003.
Eles oferecem
aqui um relato a um só tempo vívido e pungente
daquilo que viram e ouviram quando soavam os tambores
da guerra e a população se preparava para enfrentar
mais um terrível pesadelo.
O resultado é um livro
doloroso, mas esclarecedor.
É doloroso, por fazer enxergar
as engrenagens implacáveis da máquina do império
em movimento: como um pesadelo, o leitor revive,
do ponto de vista dos iraquianos, as horas infinitamente
longas que antecederam o ataque, ao mesmo tempo
em que é chamado a refletir sobre as manobras falsificadoras
da mídia; é esclarecedor, por recuperar a face
profundamente humana das vítimas, constituir de corpo
e alma aquilo que nos jornais aparece como números
e estatísticas.
Trata-se, infelizmente, de um livro atual e mais necessário
do que nunca.
Dezembro de 2004

QUEM LUTA NO IRAQUE?

Quem luta no Iraque?
Uma pergunta básica, mas poucos sabem responder




Quem é o inimigo?
Quem luta contra quem?
Passados quase 5 anos
desde que os Estados Unidos invadiram o Iraque atrás das “armas
de destruição em massa” de Saddam Hussein, que nunca existiram,
essas são questões básicas e óbvias mas que, ao mesmo tempo,
não são fáceis de responder.

As forças estadunidenses
passaram por tantos planos fracassados nesse período, apoiando
uns e deixando de apoiar outros aleatoriamente, que não se sabe
mais quem é aliado e quem é inimigo.
Os sunitas iraquianos estão divididos.
O Partido Islâmico do Iraque,
que desde 2003 é parte do governo-fantoche iraquiano pós-Saddam
Hussein, e a aliança tribal de Al-Anbar
estão decididamente a favor
das forças de ocupação, procurando se integrar ao atual governo
iraquiano sob a retórica de “tolerar a ocupação”
.
Ao mesmo tempo,
a Resistência Iraquiana, que tem o Partido Ba’ath, de Saddam
Hussein, como um dos seus principais financiadores, se recusa a
negociar com as forças de ocupação, mas, ao mesmo tempo,
começa a ganhar espaço no atual governo iraquiano.

Recentemente, 22 grupos da Resistência anunciaram a criação de
uma frente única, sob a liderança de Izzat Ibrahim al-Douri, hoje o
homem do regime de Saddam Hussein mais procurado pelos
estadunidenses
.
Os sunitas do Ba’ath abriram diálogo com Ayad
Allawi, político xiita iraquiano
que se tornou o primeiro governante
do país da era pós-Saddam Hussein.
Allawi é um dos fundadores
do Acordo Nacional Iraquiano, um dos atuais partidos políticos
iraquianos no governo do país.

A batalha entre a classe trabalhadora e a elite xiita, representados
respectivamente pela Assembléia Suprema para a Revolução
Islâmica do Iraque e pelo Partido Islâmico Dawa, são parte do atual
governo-fantoche e têm o apoio dos Estados Unidos
.
Ao mesmo
tempo,
o Jaish al-Mahdi, a milícia do clérigo Muqtada al-Sadr,
causador de pelo menos 20% de todas as baixas estadunidenses
no Iraque desde 2003, freou suas operações depois do mês de
agosto, se organizando politicamente para a eventual retirada das
forças de ocupação.

Os curdos, minoria étnica no Iraque, se mantém politicamente a
favor das forças de ocupação
.
Cerca de 50 mil soldados da milícia
curda do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) apóiam os
Estados Unidos desde 2003 e auxiliaram a invasão do Iraque pelo
norte do país.
As primeiras batalhas de forças estadunidenses no
norte do Iraque foram baseadas em inteligência e assessoria dos
militantes curdos.
Em troca, os Estados Unidos garantiram que o
Curdistão, região semi-autônoma que o PKK controla e luta para
torná-la independente da Turquia e do Iraque, se tornaria uma
região sem a interferência das forças estadunidenses.
Apesar disso,
o PKK é designado oficialmente como uma organização terrorista
pelos próprios Estados Unidos, pela OTAN e pela União Européia, o
que os torna um aliado imprevisível.

A Al-Qaeda no Iraque reflete
com perfeição o caos gerado
pelas forças de ocupação no
Iraque – de fato, a Al-Qaeda
chegou ao Iraque
simultaneamente à ocupação,
um bônus à “liberdade e
democracia”
prometida ao povo iraquiano por George W. Bush.
Exatamente como as forças estadunidenses, a Al-Qaeda é mais um
órgão estrangeiro atormentando a política iraquiana
.
A milícia
sunita, espelhada na organização de Osama Bin Laden
, tem como
seu foco principal o ataque às forças de ocupação, mas
recentemente também tem investido contra a Resistência Iraquiana
e milícias xiitas, devido à oposição maciça do povo iraquiano quanto
às operações do grupo no país.

Esses são os principais grupos étnicos, religiosos e ideológicos
envolvidos com a atual destruição do Iraque, em função da
desastrosa invasão estadunidense do país.
Durante os quase cinco
anos de ocupação,
entre as dezenas de planos que foram testados,
todos esses grupos tiveram, em um momento ou outro, apoio dos
Estados Unidos.
Milícias curdas e xiitas tiveram apoio das forças de
ocupação contra os sunitas do Partido Ba’ath na invasão do país,
assim como milícias sunitas foram armadas pelos estadunidenses
para combater os xiitas pró-Irã, e até a própria Al-Qaeda entrou em
negociações com oficiais das forças de ocupação em função de
interesses semelhantes, porém conflitantes, que ambos têm no
país.
Em função da derrotada campanha estadunidense, não se
sabe mais quem é aliado e quem é inimigo no Iraque, e é por esse e
outros motivos que a ocupação do país deve se estender além do
planejado.

http://www.orientemediovivo.com.br/pdfs/edicao_84.pdf

terça-feira, 27 de novembro de 2007

A Ressureição do Povo Iraquiano

Da Mesopotâmia ao Terceiro Milênio: Iraque, a Ressurreição de um Povo
YASMIN ANUKIT

Esta obra descortina ao leitor, de modo poético, o incógnito horizonte do Iraque e oferece mais do que uma mera denúncia política, em meio a tantas outras: leva-nos a um mergulho profundo na direção da redescoberta de nossas próprias origens, desvendando o misterioso panorama da antiga cultura mesopotâmica ?
o berço da civilização ?
onde uma vez se ergueu a Torre de Babel.
Traz à tona, também, o esplendor da Bagdá medieval e dos califas das Mil e uma noites, enfocando, a partir do século XIX, a luta dos povos árabes pela emancipação colonial, enquanto conduz essa trajetória até os dias presentes.
Numa narrativa original, dotada de sutil olhar feminino mas sem dúvida também polêmica, a sucessão dos fatos se soma à reinterpretação histórica, ao mesmo tempo rica em detalhes e abrangente de visão.

Baía de Guantânamo


Human Rights Watch
A Organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch divulgou documento que tem por título Cinco mitos sobre a Baía de Guantánamo.
1-MITO: Os detentos em Guantánamo são “os piores dos piores”.
FATO: Do total de homens enviados a Guantánamo, poucos são parte do alto escalão da Al-Qaeda ou do Taliban, como alega o governo americano.
Centenas deles não estavam sequer envolvidos no conflito, mas, na verdade, foram vendidos aos Estados Unidos por caçadores de recompensa ou denunciados por membros de grupos organizados rivais motivados por vingança; enquanto representantes do alto escalão da Al-Qaeda que tinham o dinheiro para pagar compraram sua liberdade.
De acordo com Michael Sheuer, chefe da unidade de busca a Osama bin Laden da CIA de 1999 até 2004, não mais do que dez por cento dos enviados à Baía de Guantánamo são considerados detentos realmente “valiosos”.
2-MITO: Todos os detentos de Guantánamo são combatentes que lutaram contra os Estados Unidos.
FATO: Muitos deles não foram capturados em ação ou nem mesmo perto de um campo de batalha.
Os detentos foram presos em 14 países, incluindo Gâmbia, Bósnia e Tailândia. Quase a metade foi presa no Paquistão – e, como citado acima, os milhares de dólares oferecidos pelos Estados Unidos a caçadores de recompensas contribuíram grandemente para tantas prisões não justificadas.
De acordo com os registros das forças armadas americanas, a maioria deles não foi sequer acusada pelos Estados Unidos de lutar contra o país ou contra forças de coalizão.
3-MITO: Todos os detentos de Guantánamo serão processados.
FATO: Dos quase 400 homens que ainda estão presos em Guantánamo (outros 300 já foram repatriados ou libertados), apenas 10 foram acusados de um crime.
Nenhum deles foi condenado.
Agora, o governo de Bush alega ter um planejamento para formalizar acusações contra um total de 70 detentos sob as comissões militares aprovadas pelo congresso americano durante o segundo semestre.
Mesmo assim, tal formalização das acusações ainda deixa mais de 300 detentos em Guantánamo que nunca foram – e nunca serão – processados.
Eles estão simplesmente sendo detidos indefinidamente sem nenhuma acusação ou julgamento.
A maioria dos detentos entrou com pedidos de habeas corpus junto a tribunais federais pedindo que um juiz analisasse a legalidade de suas prisões. Pressionado pelo presidente Bush, o congresso aprovou uma lei que impede os tribunais de analisar pedidos de habeas corpus – ou qualquer outro pedido referente ao tratamento recebido pelos detentos.
Caso não haja uma nova lei aprovada pelo congresso recém-eleito ou uma decisão da corte suprema que determine que a negação de habeas corpus é inconstitucional, os detentos podem passar o resto de suas vidas atrás das grades, sem julgamento ou nenhuma análise independente da legalidade de suas prisões.
4-MITO: Todos os detentos de Guantánamo tiveram audiências justas com um juiz em que eles puderam contestar sua prisão.
FATO: A nenhum dos detentos foi dada a chance de ter uma audiência justa ou imparcial com um juiz para determinar se sua prisão é ou não justificada.
O governo de Bush alega que as audiências breves que ocorreram com três oficiais militares substituem suficientemente uma análise judicial independente. Os oficiais que conduziram essas audiências basearam-se em provas secretas de acesso restrito, supostamente genuínas e precisas, porém nenhuma delas foi, em qualquer momento, mostrada aos detentos.
Como conseqüência, os detentos ficaram reféns de conclusões tiradas de provas nunca vistas por eles; os sujeitando a decisões feitas com base em provas nunca contestadas.
Em muitos casos, os detentos não foram sequer informados sobre as atividades específicas que eles eram acusados de desenvolver e que alegadamente os classificariam como “combatentes inimigos”.
Além disso, não lhes foi dado o direito a um advogado e, em muitos dos casos, eles não puderam apresentar nenhuma testemunha ou prova, tendo somente seus próprios depoimentos como sua base de suas defesas.
5-MITO: Todos os detentos de Guantánamo têm sido tratados de forma humana.
FATO: Chefes do Pentágono, incluindo o então secretário de defesa Donald Rumsfeld, deram aos interrogadores de Guantánamo ampla autoridade para fazer uso de técnicas de interrogação que variavam de práticas cruéis à tortura de fato, passando por tratamento degradante e desumano.
As práticas incluíam forçar os detentos a permanecer em pé por longos períodos, privação contínua do sono, posições dolorosas, exposição a calor e frio extremos e intimidação com cães.
Um memorando emitido por um oficial do FBI que visitou Guantánamo descreve os detentos como sendo “algemados pelos pés e mãos, deixados em posição fetal no chão, sem cadeira, comida ou água...
Muitas vezes os detentos tinham urinado ou defecado em si próprios e tinham sido deixados neste estado por 18, 24 horas ou mais”.
Os militares têm, desde então, repudiado o uso de tais técnicas abusivas de interrogação em um manual de combate do exército recentemente publicado.
posted by bourdoukan

Iraque pós-Saddam Hussein

A caminho da tortura

Cidadãos iraquianos são feitos prisioneiros e ameaçados por militar na cidade de Baquba, 60 quilômetros a noroeste de Bagdá.
Eles foram presos durante uma” blitz” e agora serão encaminhados aos calabouços de Abu-Ghraib, onde, com certeza, confessarão sua participação na morte de Lincoln e Kennedy.
posted by bourdoukan

23.5.07

http://blogdobourdoukan.blogspot.com/2007/05/caminho-da-tortura-cidados-iraquianos.html

"CAVALEIRO DA TORTURA"


Procurador-Geral dos EUA, Alberto Gonzáles, veio ao Brasil debater políticas de combate ao narcotráfico e ao terrorismo.
Defensor da pena de morte, Gonzáles é o autor de um documento secreto que autorizou a prática da tortura nas prisões de Guantánamo e de Abu Ghraib.
Entre os organismos de direitos humanos internacionais é chamado de “cavaleiro tortura”.
Mães da Praça de Maio repudiaram sua visita a Argentina.
Marco Aurélio Weissheimer - Carta Maior

Seis governadores se reuniram hoje em Brasília com o procurador-geral dos EUA (Secretário de Justiça), Alberto R. Gonzáles, e com o subsecretário norte-americano para Assuntos Políticos, Nicholas Burns.
Na pauta da reunião, parcerias na área energética e questões de segurança e a colaboração para o combate ao crime entre os estados brasileiros e os EUA.
Gonzáles também se reuniu com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para debater a instalação de um mecanismo de consulta bilateral para troca de experiências no combate aos crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e terrorismo.
Os Estados Unidos têm especial interesse na política do governo brasileiro para a área da tríplice fronteira (Brasil, Paraguai e Argentina), apontada por Washington como um ponto de encontro e de financiamento para o terrorismo.
Com os governadores, Gonzáles debateu temas relativos à política carcerária e segurança.
Participaram da reunião na residência oficial do embaixador dos Estados Unidos, Clifford Sobel, os governadores Sérgio Cabral (RJ), Jaques Wagner (BA), José Roberto Arruda (DF), Eduardo Campos (PE), Cid Gomes (CE) e Yeda Crusius (RS). Ao sair da reunião, a governadora Yeda Crusius disse que se tratou de uma “agenda inovadora” que reuniu autoridades federais de primeiro nível dos EUA com autoridades estaduais brasileiras.
Segundo ela, a maior preocupação do RS é em relação à política carcerária.
“E nisso vou dar continuidade na conversa com o procurador Alberto Gonzáles nos Estados Unidos”, disse.
E acrescentou: “Ao contrário da nossa aproximação histórica no campo de inteligência e segurança, no setor de economia temos nos distanciado dos Estados Unidos”.
Em se tratando de política carcerária, a trajetória de Gonzáles é polêmica, para dizer o mínimo.
Ele é o autor de um memorando secreto que concedeu via livre para as torturas nas prisões de Guantánamo e de Abu Ghraib.

Alter ego judicial de Bush
A visita de Gonzáles faz parte de um giro pela América Latina com o objetivo de discutir parcerias para a luta contra o terrorismo e o narcotráfico.
O jornal argentino Página 12, por ocasião da visita de Gonzáles a Buenos Aires, quarta-feira, destacou que ele é considerado o ideólogo das torturas aos prisioneiros em Guantánamo e Abu Ghraib, “algo assim como o alter ego judicial de George Bush”.
Filho de mexicanos, assinalou ainda o jornal, Gonzáles fez toda sua carreira junto a George W. Bush.
Hoje, é chamado pelos organismos internacionais de direitos humanos como o “cavaleiro da tortura”.
Gonzáles foi secretário de Estado de Texas, durante o governo Bush.
Uma das principais características de sua gestão, acrescenta o jornal argentino, é que raras vezes atendeu aos pedidos de clemência que os condenados à morte enviavam ao governo.
Gonzáles é acusado de ter omitido informações que poderiam ter salvo a vida de alguns presos.
Durante o governo Bush, o Texas usou a pena de morte como nenhum outro Estado na história dos EUA (foram 152 casos).

A matéria do Página 12 dá mais detalhes sobre a trajetória de Gonzáles.
Ele foi acusado pela União Norte-americana para as Liberdades Civis e pelo Centro para Direitos Constitucionais, entre outros organismos, de interpretar as leis para a conveniência de Bush.
Essa atitude, diz o texto, converteu-se em uma dolorosa certeza em escala mundial a partir de 2000, quando George W. Bush chegou à Casa Branca.
Em 2002, Gonzáles escreveu um memorando secreto no qual considerou que a Convenção de Genebra não valia para os “inimigos combatentes”, expressão pela qual o governo dos EUA passou a designar os homens da Al Qaeda e os talibãs do Afeganistão.
A partir daquele momento, segundo o memorando, só seria considerada tortura a prática na qual a dor gerada nos interrogatórios incluísse “feridas que produzam a morte, a falência de um órgão ou sérios impedimentos de uma função corporal”.
Ou seja, tortura mas não mata.

Direitos obsoletos
Foi assim que os militares dos EUA, nas prisões de Guantánamo e Abu Ghraib tiveram sinal verde para golpear prisioneiros das mais variadas formas, promover humilhações sexuais, amedrontrar presos com cães e outras práticas consideradas “cruéis e desumanas” pela Cruz Vermelha Internacional.
Gonzáles teorizou sobre a questão, dizendo que, depois de 11 de setembro, o mundo passou a enfrentar “um novo paradigma”, razão pela qual os direitos civis protegidos pela Convenção de Genebra teriam se tornado “obsoletos”.
Segundo o diretor executivo do Centro de Estudos Legais e Sociais da Argentina (CELS), Gastón Chillier, Gonzáles criou a estrutura legal que permitiu a tortura em Abu Ghraib e Guantánamo.
Chillier pediu ao presidente Nestor Kirchner que reafirmasse a Gonzáles, no encontro que mantiverem, a posição da Argentina contra a prática da tortura.
Sua passagem pela Argentina foi alvo de protesto por parte das Mães da Praça de Maio.
Através de um comunicado oficial, as Mães da Praça de Maio repudiaram a presença de Gonzáles em solo argentino:
“Repudiamos energicamente a visita ao país do procurador geral dos Estados Unidos, Alberto Gonzáles, impulsionador da tortura e de outros métodos criminais naquilo que Bush denomina “guerra contra o terrorismo. Nos envergonha que um sinistro personagem pise solo argentino, onde milhares de pessoas foram vítimas destes métodos criminais.
A visita deste delegado da morte ofende ao povo, ainda mais no momento em que a Argentina está empenhada no resgate da memória, da verdade e da justiça, e acaba de firmar uma Convenção Internacional sobre a Desaparição Forçada de Pessoas como crime contra a humanidade”.

Por ocasião de sua nomeação para o Departamento de Justiça dos EUA, a Anistia Internacional e várias outras organizações não-governamentais criticaram duramente Gonzáles em uma carta aberta publicada no jornal The New York Times.
“Pode ser que vocês não conheçam Alberto Gonzáles”, dizia a carta, “mas estamos certos de que reconhecerão os resultados de seu trabalho”.
Ao lado do texto, aparecia uma das fotos dos abusos cometidos contra prisioneiros iraquianos na prisão de Abu Ghraib.
Gonzáles ficou conhecido também por elaborar uma interpretação peculiar dos termos da Convenção de Genebra.
Por um lado, defendeu que ela garante “a proteção aos militares norte-americanos no exterior”. Por outro, relativizou a definição de tortura contra prisioneiros capturados em conflitos considerados como parte da guerra dos EUA contra o terrorismo.

“Cavaleiro da tortura” vem ao Brasil debater combate ao crime

Procurador-Geral dos EUA, Alberto Gonzáles, veio ao Brasil debater políticas de combate ao narcotráfico e ao terrorismo.
Defensor da pena de morte, Gonzáles é o autor de um documento secreto que autorizou a prática da tortura nas prisões de Guantánamo e de Abu Ghraib.
Entre os organismos de direitos humanos internacionais é chamado de “cavaleiro tortura”.
Mães da Praça de Maio repudiaram sua visita a Argentina.

Marco Aurélio Weissheimer - Carta Maior

Carta Maior

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

TORTURAS EM ABU GHRAIB

Avisamos desde já que são fotos fortes de humilhação e tortura.
Queremos também deixar aqui a nossa solidariedade ao povo Iraqueano, infelizmente também passamos por torturas americanas.

Estas fotos foram publicadas originalmente no jornal americano Washington Post, elas mostram imagens de tortura cometida por soldados Americanos contra prisioneiros Iraquianos na prisão Abu Ghraib, situada fora da cidade de Bagdá no Iraque.

Vídeo mostra tortura contra iraquianos em Abu Ghraib
Por Terra
21/05/2004 às 21:42
Nao demora e os iraquianos pedem Sadam de volta... por brandura!
Devem estar pensando: "Eu era feliz e nao sabia!"

Na verdade, o Povo Iraquiano que sempre amou sua Pátria, RESISTE contra os invasores e seus aliados, dizendo PUNIÇÃO aos CRIMINOSOS!














Images from Abu Ghraib (IMAGENS DE ABU GHRAIB)
Photos of Iraqis Being Abused by US Personnel



This page contains the most recently-released photos.




For earlier photos, click here.




You can download the segment here.
Many of the images were screen-captured from the broadcast.


The others were disseminated by Reuters, the BBC, the Sydney Morning Herald, and other outlets.
Still more photos (not included here) have been released by Salon here.
Salon has released even more photos and videos here.








TV australiana divulga novas fotos de tortura em Abu Ghraib
da redação
• A rede de TV pública australiana SBS (“Special Broadcasting Service”) exibiu na quarta-feira, 16 de fevereiro, novas fotos da prisão de Abu Ghraib, em 2003, com iraquianos sendo torturados por soldados das forças de ocupação.


A divulgação de casos de ``homicídio, tortura e humilhação sexual`` envolvendo as tropas anglo-americanas deslocadas para a ocupação do Iraque indicam que os crimes teriam sido ainda piores do que já se sabia.




Algumas fotos mostram corpos de presos mortos dentro de Abu Ghraib, enquanto outras revelam detentos com feridas na cabeça e no corpo.




A TV australiana advertiu, antes de exibir as imagens, que ``estas são fotos que o governo norte-americano não quer que você veja``.




A jornalista da SBS, Olivia Rousset, disse à BBC inglesa que uma das fotos mostra um oficial de alta patente iraquiano sendo tratado de profundos ferimentos no pescoço após ter resistido enquanto era transferido entre celas do complexo carcerário.


Outras fotos mostram um detento obrigado a cobrir-se de excrementos e uma sala banhada de sangue.


Um homem nu também é visto pendurado de cabeça para baixo em um beliche enquanto que outro, encapuzado e vestido com um uniforme laranja de prisioneiro, é, aparentemente, ameaçado por um cão.


Um preso exibe as cicatrizes em seu antebraço esquerdo que parecem terem sido causadas por queimaduras e um outro agoniza sobre uma maca, coberto de sangue.


Ao todo, são pelo menos 100 fotos de presos sendo torturados e agredidos por soldados norte-americanos e quatro vídeos com o mesmo teor.




O material foi confiscado por militares em Abu Ghraib e entregue para a Divisão de Investigações Criminais do Exército dos EUA.




O programa Dateline da SBS exibiu ainda trechos de um vídeo em que homens enfileirados estariam sendo forçados a se masturbar em frente à câmera.


Outro vídeo parece mostrar um prisioneiro batendo a própria cabeça contra a parede.




O fato mesmo de que as imagens provenham da Austrália – um dos mais fiéis aliados militares dos EUA no mundo, tendo participado das operações no Iraque com cerca de 900 soldados – demonstra a abrangência da crise imperialista.




Cenas de barbárie




Alguns guardas identificados com os abusos de presos, praticados em 2003 no Iraque, já foram a julgamento militar nos EUA.


Alguns, que já receberam sentenças de prisão, como a militar Lynndie England, aparecem nas novas imagens.


A emissora garante que há fotos não-reveladas que a exibem praticando atos sexuais com os carcerários.




Algumas das novas fotos trazem ângulos diferentes de cenas já conhecidas em todo o mundo, como a de um homem encapuzado com fios amarrados aos dedos, presos nus obrigados a se empilhar uns sobre os outros e, ainda, presos sendo ameaçados com cachorros.




De acordo com a emissora australiana, as novas imagens já haviam sido exibidas em sessões reservadas a membros do Congresso norte-americano. ``Eles ficaram chocados com essas imagens adicionais, que revelaram o horror completo dos abusos que aconteciam em Abu Ghraib``, revela a TV SBS.
De acordo com a emissora, essas imagens são motivo de disputa judicial nos Estados Unidos, onde o governo se esforça para evitar que a imprensa tenha o direito de levá-las a público.




Uma porta-voz da SBS se negou a revelar como as fotos foram obtidas, mas acrescentou que a rede tem ``confiança na credibilidade da fonte`` dessas fotos e vídeos.




Em setembro do ano passado, um juiz de Nova York autorizou uma requisição da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, sigla em inglês) para ver as imagens censuradas.




O grupo utilizou a lei da Liberdade de Informação para conquistar esse direito na justiça. “As fotos devem ser liberadas para que o público tenha alguma idéia do que ocorreu em Abu Ghraib”, disse Amrit Singh, da ACLU, à rede SBS.




“É o público que deve decidir, ao ver as imagens, o que é preciso ser feito”.




Amrit Singh, um porta-voz da ACLU, disse esperar depois do programa que a divulgação destas novas imagens possam acentuar a pressão sobre o governo americano para que puna os altos-comandos do Exército, e não apenas os sete soldados de patente inferior como Lynndie England, condenados à uma pena máxima de dez anos.
Em maio de 2004 – em um comitê de inquérito das forças armadas no Senado – o secretário de Defesa norte-americano, Donald Rumsfeld, afirmou que nem todas as imagens de abusos em Abu Ghraib haviam sido divulgadas publicamente.
O desespero do governo Bush – patente no esforço conjunto dos aparelhos repressivos e ideológicos do Estado norte-americano, como o Pentágono ou o judiciário, em ocultar as cenas nuas e cruas da ocupação – revela a mais absoluta hipocrisia e cinismo da ocupação imperialista do Iraque, através das mais sórdidas, abjetas e repugnantes evidências de sistemático desrespeito ao direito internacional e, ainda, à tão propalada “liberdade de imprensa”.
A crise que se instalou no Iraque demonstra de forma aguda, e dramática, a férrea disjuntiva histórica – socialismo ou barbárie – abrindo-se em toda sua profundidade.
Visite a página da emissora SBS
Assista o vídeo da reportagem (real player)
Veja mais imagens das torturas no Iraque[ 21/2/2006 18:00:00 ]

http://www.pstu.org.br/internacional_materia.asp?
http://midiaindependente.org/pt/blue/2004/05/279331.shtml

A nódoa da tortura persiste
...mais inquietante de tudo talvez seja a idéia que os Estados Unidos tenham se convertido em uma nação que considera a tortura como algo aceitável. Em janeiro deste ano, apesar de todo o dano causado, o secretário da Justiça dos EUA, Alberto Gonzales, continuava insistindo em que não havia nenhum impedimento para que a CIA dispensasse tratamentos cruéis, degradantes ou desumanos ao interrogar cidadãos não-americanos fora dos Estados Unidos.
Para poder limpar a nódoa de Abu Ghraib, os Estados Unidos terão de processar os oficiais superiores que ordenaram ou tacitamente perdoaram as torturas, confessar aquilo que o presidente autorizou e repudiar de uma vez por todas os maus-tratos a prisioneiros.


"CONTRA A GUERRA AO IRAQUE"

Os movimentos pró e anti-guerra
Alguns ocidentais são “contra a guerra” no Iraque porque os veículos Hummer não são todos blindados…nem sequer tem ar condicionado.
Alguns ocidentais são “contra a guerra” no Iraque porque os soldados são mortos ou perdem uma perna ou… as duas.
Alguns ocidentais são “contra a guerra” no Iraque porque é mau para o meio ambiente mundial e também porque afecta o preço do combustível…
Algumas pessoas são a favor da guerra no Iraque porque é bom para a hegemonia dos EUA,bom para Israel e bom para dividir um Iraque forte em pequenos estados.
Algumas pessoas são a favor da guerra no Iraque porque os recursos naturais já não estão nas mãos dos iraquianos independentistas nacionalistas e o poder passou de um partido secular moderno para forças duvidosas teocráticas e feudais.
Algumas pessoas no Congresso dos EUA querem finalmente parar esta guerra porque: já não sabem que mentiras inventar!!

CONTRA GUERRA AO IRAQUE

KELLY SLATER...Embalado no assunto política, ele aproveitou para fazer piada com o presidente de seu país, George W. Bush.
- Sabe o que o Bush perguntou ao Lula? Se no Brasil também há negros. Só um burro pergunta isso, não? – ironiza.

Kelly Slater protesta contra a guerra


Antes de ser eliminado, octacampeão surfa em prancha com desenhos referentes ao Iraque
Gabriele Lomba Enviada Especial do GLOBOESPORTE.COM em Arica, no Chile
entre em contato

Antes de ser eliminado, o octacampeão mundial Kelly Slater fez um protesto silencioso no Rio Curl Pro Search, em Arica, no Chile.

Na terceira rodada, ele surfou com uma prancha que, no fundo, tinha um desenho em alusão à guerra do Iraque.
Slater, que ganhou o pôster de um amigo, disse que
fica triste de ver que a prisão de Paris Hilton ganha mais destaque do que as mortes no Iraque.

"Hasta la vitória, siempre!"


CHE
Por Emir Sader
Não vou gastar palavras inúteis para falar do Che.

Basta reproduzir algumas das suas frases, que selecionei para o livro “Sem perder a ternura”.
Leia o post na íntegra >>


06/10/2007
CHE
Há personagens com uma tal estatura histórica que, independente dos adjetivos e de todos os advérbios, ainda assim não conseguimos retratá-los em nada que possamos dizer ou escrever.


O que falar de Marx, que permaneça à sua altura?

O que escrever sobre Fidel?


Hegel dizia que existem personagens cuja biografia não ultrapassa o plano da vida privada, enquanto outros são os personagens cósmicos, estes cujas biografias coincidem com o olho do furacão da história.


O Che é um destes personagens cósmicos.


Basta dizer que, independente de qualquer campanha publicitária, sua imagem transformou-se na mais vista do século XX e assim continua neste novo século.


Nenhum esportista, artista ou músico, mesmo com bilionárias promoções pelo mundo globalizado afora, se mantém num lugar parecido.


O Che veio para ficar.


Novas gerações, nascidas depois da morte do Che, continuam identificando-se com sua imagem, com seu sentimento de rebeldia, com sua coragem, com sua luta implacável contra toda injustiça.


Não vou gastar palavras inúteis para falar do Che.


Basta reproduzir algumas das suas frases, que selecionei para o livro “Sem perder a ternura”.


“A única coisa em que acredito é que precisamos ter capacidade de destruir as opiniões contrárias, baseados em argumentos ou, senão, deixar que as opiniões se expressem. Opinião que precisamos destruir na porrada é opinião que leva vantagem sobre nós. Não é possível destruir as opiniões na porrada e é isso precisamente que mata todo o desenvolvimento da inteligência...”


“Nós, que, pelo império das circunstâncias, dirigimos a revolução, não somos donos da verdade, menos ainda de toda a sapiência do mundo. Temos que aprender todos os dias. O dia que deixarmos de aprender, que acreditarmos saber tudo, ou que tivermos perdido nossa capacidade de contato ou de intercâmbio com o povo e com a juventude, será o dia em que teremos deixado de ser revolucionários e, então, o melhor que vocês poderiam fazer seria jogar-nos fora...”


“Deixa-me dizer, com o risco de parecer ridículo, que o verdadeiro revolucionário é feito de grandes sentimentos de amor.”


“Nosso sacrifício é consciente. É a cota que temos de pagar pela liberdade que construímos.”


“Muitos dirão que sou aventureiro, e sou mesmo, só que de um tipo diferente, destes que entregam a própria pele para demonstrar suas verdades.”


“Sobretudo, sejam capazes de sentir, no mais profundo de vocês, qualquer injustiça contra qualquer ser humano, em qualquer parte do mundo.”

(Carta de despedida aos filhos)


“É preciso endurecer, sem perder a ternura, jamais.”


“Que importam os perigos ou os sacrifícios de um homem ou de um povo, quando está em jogo o destino da humanidade.”


“É um dos momentos em que é preciso tomar grandes decisões: este tipo de luta nos dá a oportunidade de nos convertermos em revolucionários, o escalão mais alto da espécie humana, mas também nos permite graduar como homens.”


“Nós, socialistas, somos mais livres porque somos mais completos; somos mais completos porque somos mais livres.”
Postado por Emir Sader