domingo, 18 de novembro de 2007

EUA: Um risco para a PAZ MUNDIAL



Bush ironiza os Direitos Humanos


O presidente estadunidense, George W. Bush, que assume a
autoridade pessoal para matar, seqüestrar, torturar e espiar
qualquer "inimigo da liberdade dos Estados Unidos", ironicamente
abriu seu discurso anual na ONU, no último dia 25 de setembro,
citando a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

O presidente
eleito da nação estadunidense fez uso da declaração da ONU,
adotada em 1948, para justificar a sua "guerra contra o terrorismo" e
outras políticas supostamente adotadas para "eliminar terroristas e
ameaças".
"Para conquistarmos as promessas da Declaração, precisamos
confrontar ameaças de longo-termo, e também responder às
necessidades imediatas de hoje, incluindo a destruição de redes
terroristas e levar à justiça os seus operantes",
afirmou.

A frase do
presidente estadunidense ironiza a Declaração Universal dos
Direitos Humanos e faz pouco caso de estudos internacionais como
o realizado pelo jornal médico britânico The Lancet, que alerta que
"os números de 655 mil civis iraquianos mortos pela ocupação
desde 2003 é subestimado".

Infelizmente, Bush conta com o apoio
da mídia ocidental para disseminar as suas propagandas de paz.
Ao analisar brevemente os 30 artigos descritos no texto da
Declaração, alguns deles vêm à tona como incompatíveis com a
política imperialista conduzida pelo governo dos Estados Unidos:
"todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança
pessoal; ninguém será submetido à tortura nem a penas ou
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes; ninguém pode ser
arbitrariamente preso, detido ou exilado; nenhuma disposição da
presente Declaração pode ser interpretada de maneira a envolver
para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de se
entregar a alguma atividade ou de praticar algum ato destinado a
destruir os direitos e liberdades aqui enunciados".

Apesar de Bush e
a sua "guerra contra o terrorismo" terem violado todos esses direitos
universais, a Declaração ainda sim foi utilizada por ele como a base
de sua política criminosa internacional.
Em 2006, a própria ONU, através da sua Comissão de Direitos
Humanos, elaborou um relatório de cerca de 40 páginas em que,
com base em testemunhos recolhidos junto a ex-reclusos e seus
respectivos familiares, concluiu que "o governo estadunidense não
só tortura os prisioneiros do campo de concentração de
Guantánamo, como lhes nega o legítimo direito a um julgamento
imparcial, mantendo-os em prisão arbitrária, em alguns casos há
mais de quatro anos"
.

É no mínimo irônico que o próprio acusado
formal de conduzir tais crimes discurse hoje sobre Direitos
Humanos perante a ONU, justificando a todo o mundo os seus
crimes exatamente através dos artigos pelos quais foi acusado.


Infelizmente, parece que o povo estadunidense, que

democraticamente elegeu George W. Bush como seu líder por duas
vezes seguidas, continua alienado e aberto somente às
interpretações fabricadas pela mídia ocidental.

Em setembro, a
aprovação quanto à maneira que o presidente estadunidense tem
lidado com a guerra no Iraque cresceu, representando um salto de 8
pontos percentuais em relação ao último levantamento, realizado
em julho, segundo a última pesquisa NBC/Wall Street Journal.

São
poucos os estadunidenses que, de fato, conseguem analisar a
extensão dos danos causados pelos seus próprios crimes
.

O
pacifista estadunidense Kevin Danaher, integrante da Global
Exchange, organização de defesa dos direitos humanos com sede
em São Francisco, nos Estados Unidos, explicou bem a relação do
governo e da mídia com a ignorância do povo estadunidense:

"Nos
Estados Unidos, há uma tradição de os governos criarem grandes
mentiras. Atualmente, muitas pessoas devem acreditar que foi o
Iraque que atacou os Estados Unidos".

"A base do imperialismo é a
apatia e a ignorância existente na mente dos estadunidenses",
argumentou Danaher.


Enquanto o governo
estadunidense continua os
massacres no Afeganistão e no
Iraque
, no intuito de trocar o
sangue iraquiano pelo sucesso
econômico e político pessoal de
Bush e seus aliados, o povo

estadunidense mostrou ser condizente com os crimes pelos quais
os Estados Unidos foram culpados pela ONU.

As recentes
pesquisas estadunidenses fazem lembrar o testamento de
Mohammad Sidique Khan, um dos supostos envolvidos nos ataques
em Londres em 2005:

"Nossas palavras não têm qualquer efeito
sobre vocês, portanto vou falar em uma língua que vocês
entendem. Os seus governos democraticamente eleitos continuam
a perpetuar atrocidades contra o meu povo. Nós estamos em
guerra, e eu sou um soldado – agora vocês também experimentarão
a realidade dessa situação".

As pessoas morrem com bombas e
tiros, mas antes que isso aconteça, elas são assassinadas por
idéias – esse é o caso dos Estados Unidos, um risco para a paz
mundial.


8 de outubro de 2007
Edição 77

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