sexta-feira, 2 de novembro de 2007

"CHOQUE E TERROR" NO IRAQUE

Invasão de Bush ao Iraque já matou mais de 655.000 civis
Por: Antonio Pimenta/HP

Três milhões de pessoas foram forçadas a se deslocarem de seus lares, fugindo das tropas ianques e dos esquadrões da morte de Bush.
No assalto a Faluja, marines usaram armas químicas, queimando civis vivos com fósforo branco e napalm

Por mais diversionismo que faça com seu tribunal-farsa, não há como Bush ocultar que é ele o criminoso de guerra no Iraque.
A invasão e ocupação do país pelas tropas dos EUA matou mais de 655 mil iraquianos, revelou a mais tradicional publicação médica do mundo, a inglesa “The Lancet”.

Foi Bush que transformou Abu Graib num superlotado campo de tortura e humilhações sexuais, o escândalo que indignou o mundo.
No assalto a Faluja, em 2004, os marines usaram armas químicas contra civis, queimados vivos com fósforo branco e napalm.
Mais de três milhões de pessoas foram forçadas a se deslocarem de seus lares, fugindo das tropas ianques e dos esquadrões da morte de Bush.
Dezenas de milhares de iraquianos se exilaram.

A limpeza étnica cometida por Bush entope os necrotérios no país inteiro.
Tropas ianques têm matado a sangue frio famílias inteiras.
Os bombardeios ianques destroem casas,
hospitais e mesquitas.
A infra-estrutura foi arrasada e falta água e luz a maior parte do tempo.
Não há empregos.
O governo legítimo do Iraque foi derrubado e as reservas do país surrupiadas por Bush.
Os museus e milenares sítios históricos, saqueados.
E como todos esses crimes são cometidos para roubar o petróleo iraquiano, trata-se, ainda, de latrocínio.

COMPLÔ - O primeiro crime de guerra de Bush foi montar um complô, para enganar seu próprio povo, usando mentiras e falsificações sobre “armas de destruição em massa” e inexistentes “vínculos com a Al Qaeda”, e invadir o Iraque, em violação da lei internacional e contra a ONU.

Pelos critérios do Tribunal de Nuremberg, “começar uma guerra de agressão” – como a invasão de Bush – “não é somente um crime internacional; é o crime internacional supremo, diferindo dos outros crimes de guerra somente pelo fato de conter em si mesmo o mal acumulado do todo”.
O crime de guerra seguinte: matar ou ferir milhares de iraquianos, no assalto ao Iraque, cuja operação-chave era denominada de “Choque e Terror”;
depor seu governo legítimo;
fechar seu parlamento;
“dissolver” o exército iraquiano;
cassar a constituição, a corte suprema e o código legal;
tomar os campos de petróleo e refinarias;
instalar um vice-rei, Paul Bremer;
e impor o sectarismo, para uma artificial divisão entre “xiitas”, “curdos” e “minoritários sunitas”.

Imediatamente após a tomada de Bagdá, a cidade foi alvo de uma onda de saques e vandalismo cometidos por uma turba, ao que tudo indica, montada pelo agente da CIA Ahmed Chalabi.
A horda também pilhou o Museu Nacional, roubando milhares de peças milenares das várias civilizações da Mesopotâmia, o atual Iraque, berço da civilização, e do Califado de Bagdá.
Tudo sob escolta dos marines.
Um inominável crime contra a Humanidade e o Iraque.

ESCÂNDALO - O grande escândalo inicial, que desvelou os crimes de guerra de Bush, foi o vazamento das fotos da tortura e sevícias em Abu Graib.
As pilhas de presos nus, os cães, o prisioneiro morto na tortura, tornaram-se o retrato da ocupação.
Veio a público que Bush havia resolvido levar para Abu Graib as “técnicas” de seu campo de concentração de Guantánamo;
que havia outras prisões em Bagdá e Basra, e mais dezenas de centros de tortura.
Na realidade, o que ficou caracterizado como o escândalo de Abu Graib era apenas a parte preliminar da tortura.
Como apresentado na audiência pública em Berlim, pelo indiciamento de Donald Rumsfeld, desta semana, testemunhos de ex-prisioneiros e ex-soldados “mostram que os prisioneiros eram submetidos a choques elétricos; espancados; lacrados em caixas. Substâncias ferventes eram despejadas nos seus narizes; cadeiras eram quebradas nas suas costas. Urinavam neles e eles sofriam abusos sexuais”, afirmou o advogado Wolfgang Kaleck.

Até 2005, segundo o historiador Jeremy Brecher, o número de presos mortos na tortura, “sob custódia dos EUA”, ultrapassava os 100.
Mulheres e crianças eram seqüestradas, sob ameaça de estupro ou morte, para forçar que os procurados se entregassem.

GENOCÍDIO - Os números do genocídio promovido por Bush no Iraque – 655 mil pessoas desde a invasão – foram estabelecidos por uma equipe de médicos epide-miologistas iraquianos e americanos, supervisionada pela Escola de Medicina Pública da Universidade Johns Hopkins, e publicados na “Lancet”.

O estudo afirma que ocorreram 655 mil mortes a mais, do que teria havido se a invasão não tivesse ocorrido.
A estimativa foi estabelecida através de entrevistas, por amostragem, ao acaso, no Iraque inteiro – um método usado para estabelecer o número de mortes em casos de desastres naturais e fome, para comparação com a taxa de mortalidade precedente.

Do total de 655 mil “mortes em excesso”, 601 mil foram causadas por violência e o resto por doenças e outras causas, afirmou o estudo.
Incapaz de conter a Resistência, a ocupação lançou-se a todo tipo de atrocidades. Contra Faluja, foram oito semanas de bombardeio,
36 mil casas destruídas,
60 escolas e 65 mesquitas.
O hospital foi invadido.
Os marines cortaram a água,
a luz,
os telefones e o
suprimento de alimentos e remédios.
“Eu recebi a ordem de ficar atento porque estava sendo usado fósforo branco em Faluja. Eu vi os corpos queimados de mulheres e crianças. O fósforo explode e cria uma nuvem. Quem estiver dentro de 150 metros está morto”, afirmou o ex-soldado Jeff Englehart, veterano de Faluja.
Outros massacres foram cometidos em dezenas de cidades e aldeias.

ESQUADRÕES DA MORTE - Bush também mandou montar os esquadrões da morte, a chamada “Opção El Salvador”, tarefa levada a cabo pelo organizador dos esquadrões da morte na guerra suja da América Central, John Negroponte, que foi nomeado embaixador e levou para o Iraque um experiente coronel da sua equipe dos anos 80.
A fase “industrial” da ação dos esquadrões da morte teve início depois da explosão do segundo principal sítio sagrado da fé xiita, a mesquita dourada de Samarra, levada a cabo por agentes americanos, quando o templo estava cercado por tropas dos EUA e sob toque de recolher.

Aos crimes diretamente organizados pelo comando ianque, somam-se outros, cometido por grupos de soldados, e rotineiramente relatados como “mortes de insurgentes em combate”.
Em um desses, em Hadita, foram friamente mortos 24 civis.
Em Mahmudia, soldados ianques assassinaram uma família inteira, para estuprar uma criança de 14 anos.
Em outra aldeia, contou o jornalista Seymour Hersh, soldados de uma patrulha dos EUA, que teve um dos três veículos atingido por uma bomba por controle remoto, dispararam contra um campo de futebol onde ocorria um jogo.
“Dez minutos mais tarde, os soldados começaram a juntar os corpos e a jogar armas ali. Isso foi reportado como 20 ou 30 insurgentes mortos naquele dia”.
A este gigantesco rol de crimes de guerra, somam-se os da primeira guerra de Bush Pai e os dos anos de bloqueio, em que mais de 1,5 milhão de civis morreram, incluindo mais de 500 mil crianças, devido aos bombardeios e sanções.

Nenhum comentário: