segunda-feira, 19 de novembro de 2007

DENÚNCIA DA FARSA PARA ASSASSINAR O PRESIDENTE SADDAM HUSSEIN

IACenter denuncia farsa para assassinar Sadam

“Bush é quem precisa ser julgado por crime de guerra e genocídio”
“Corte criada por forças de ocupação é violação às Convenções de Genebra”


Bush, Cheney, Rumsfeld e Blair que deveriam estar sendo julgados por seus crimes de guerra e contra a humanidade”, afirmou Sara Flounders, diretora, junto com o ex-procurador da República dos EUA, Ramsey Clark, da organização norte-americana International Action Center (IAC).
“O tribunal é uma violação das Convenções de Genebra que explicitamente proíbem forças de ocupação de criarem cortes. Além disso, o total isolamento dos acusados e negativa de todo tipo de visitas e outros direitos legais violam a Convenção Internacional sobre Direitos Civis e Políticos”, denunciou.
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23 de Dezembro de 2005
Líderes civis nos EUA denunciam farsa de Bush para matar Sadam

A americana Sara Flounders que junto o ex-procurador geral dos EUA, Ramsey Clark, dirige a organização civil IAC, denunciou que o tribunal que funciona no centro da ocupação em Bagdá é uma violação das Convenções de Genebra e que dois advogados de Sadam já foram assassinados
Bush, Cheney, Rumsfeld e Blair é que deveriam estar sendo julgados por seus crimes de guerra e contra a humanidade”, afirmou Sara Flounders, diretora, junto com o ex-procurador da República dos EUA, Ramsey Clark, da organização norte-americana, International Action Center (IAC).

“O tribunal é uma violação das Convenções de Genebra (das quais Washington é signatário) que explicitamente proíbem forças de ocupação de criarem cortes.
Além disso, junto com o total isolamento dos acusados e negativa de todo tipo de visitas e outros direitos legais violam a Convenção Internacional sobre Direitos Civis e Políticos.
Os advogados de defesa têm sido ameaçados e intimidados.
Dois advogados da equipe de defesa foram assassinados.
Hoje no Iraque não há sistema jurídico.
Não há códigos penais, não há leis nem tribunais.
Toda a estrutura do Estado iraquiano foi destruída.
No lugar disso o que foi colocado é apenas a mais brutal forma de dominação militar ilegal”, denunciou a liderança norte-americana.

“A detenção de Sadam Hussein e os que são julgados com ele, junto com outras dezenas de milhares de iraquianos, é baseada numa guerra de agressão criminosa e ilegal”, prosseguiu Sara Flounders.

“Todas as forças que se opuseram internacionalmente à guerra de 15 anos dos EUA contra o Iraque - que incluíram sanções para gerar fome, bombardeios e invasão - devem também se opor a todos os esforços para justificar a continuação da ocupação, incluindo o julgamento.
Silenciar nesta questão é dar credibilidade a uma corte-farsa criada pelos EUA cujas sessões transcorrem no quartel-geral dos EUA, na chamada zona verde”.

“O governo dos EUA não tem o direito de manter um único soldado no Iraque; de bombardear, sancionar ou matar de fome o povo iraquiano; de impor um governo colonial ou de estabelecer tribunais no Iraque. Não tem o direito de decidir o destino de Sadam Hussein nem de controlar o petróleo e as riquezas do Iraque”.

ILEGITIMIDADE

O tribunal é ilegítimo desde sua fundação. É uma criação de Paul Bremer III, ex-chefe do poder ilegal da ocupação. Bremer indicou inicialmente Salem Chalabi, sobrinho de Ahmad Chalabi, para montar a corte. Ahmad Chalabi tinha acabado de retornar ao Iraque do exílio com a ajuda dos tanques dos EUA em abril de 2003 e abriu um escritório para escrever as leis que reabriram o Iraque ao capital estrangeiro em colaboração com a firma de advocacia do ex-subsecertário de Defesa dos EUA, Douglas Feith, um dos que lucraram com a guerra, ideólogo de Bush, Cheney e ligado a Rumsfeld”.

“Bremer indicou os juízes do tribunal. O financiamento e o pessoal é totalmente controlado pelas forças norte-americanas. O Congresso dos EUA destacou US$128 milhões para financiar a corte. Claro que esta corte não tem jurisdição sobre os crimes cometidos pelos EUA durante a invasão e ocupação!”

“O tribunal é parte do esforço dos EUA de demonizar totalmente Sadam Hussein. Isto tem sido parte essencial da guerra de 15 anos contra o Iraque. A propagando dos EUA tem ininterruptamente descrito Sadam como um homem louco e mau, um ditador brutal e uma ameaça a todo o planeta, que se preparou para atacar com armas nucleares, químicas e biológicas em questão de minutos. Ele foi acusado de ter um papel no 11 de setembro e de estar ligado à Al Qaeda. Todos sabem que isto é uma fraude”.

Sara destacou que “toda guerra dos EUA contra os povos e nações oprimidos começou com a saturação de toda a população civil com propaganda, aí incluída a demonização do líder da população que se pretendia atingir e isso, a tal ponto, que qualquer crime da agressão se tornava aceitável e fora de questionamento. É o que se faz hoje com o Presidente da Venezuela de forma crescente retratado como louco, ditador e encarnação do mal”.

“O seqüestro e julgamento do presidente da Iugoslávia, Slobodan Milosevic, depois de 78 dias de bombardeio pela Otan e os EUA, no qual centenas de civis morreram é um caso similar”.

“Enquanto que os EUA demonizam Sadam Hussein, deve ser lembrado que o Pentágono usou armas de destruição em massa não apenas no Iraque mas contra incontáveis populações indefesas desde a Coréia às Filipinas e o Vietnã, Laos, Cambodja, Nicarágua, Granada, Líbia, Líbano e Iugoslávia. Quem deve ser levada aos tribunais é a máquina militar dos EUA por ter usado armas mais horrendas de bombas nucleares ao napalm, fósforo branco, mísseis anti-abrigo e as armas de urânio depletado”.

CIVIS COMO ALVO

“No Iraque, a destruição intencional da população civil foi calculada, fotografada e estudada. A infra-estrutura foi conscientemente alvejada. Reservatórios, sistemas de esgoto, estações de água e redes de distribuição elétrica e de comunicação foram destruídos. Foi atingida a produção industrial, a irrigação, as plantas de processamento de fertilizantes e pesticidas assim como seus sistemas de estocagem. Nos bombardeios de 1991 mais de 150.000 iraquianos morreram”.

“Ano após ano, as delegações internacionais que estiveram no Iraque, incluindo muitas organizadas pelo International Action Center (IAC) e dirigidas pelo ex-procurador geral Ramsey Clark, informaram do impacto dos bombardeios de 1991 e das sanções impostas durante anos que criaram uma fome artificial. A importação de alimentos, remédios e produtos básicos foi suspensa”.

“As usinas hidrelétricas foram bombardeadas. As redes elétricas e de comunicações foram destruídas. A produção de comida foi alvejada, através da destruição da irrigação, de fábricas para o processamento de fertilizantes e pesticidas. No bombardeio de 1991 mais de 150,000 iraquianos morreram”.

“Pela própria estatística da ONU , mais de 1,5 milhão de iraquianos morreram de doenças que eram possíveis de serem prevenidas. Meio milhão de crianças com idade abaixo de 5 anos de idade morreram entre 1991 e 1996. As sanções e os bombardeios, tiveram início sob o governo de George H. W. Bush. Bombardeios norte-americanos continuaram com uma freqüência de 25 ataques por dia durante 12 anos”.

“Ramsey Clark, fundador do IAC, vem corajosamente desafiando a legitimidade e legalidade do Tribunal Especial Iraquiano como um conselheiro legal de Saddam Hussein”.

“O alvo é a soberania do Iraque.O problema do imperialismo com Saddam é que ele se recusou a entregar a soberania do Iraque. Ele se negou a dar às corporações norte-americanas o controle do petróleo do Iraque, nacionalizado desde os anos 60”.

“Está implícita na concla-mação para trazer as tropas para casa já a demanda para parar por inteiro o processo brutal de recolonização. Isso inclui também o cancelamento dos contratos das corporações norte-americanas que roubaram e priva-tizaram os recursos do Iraque e o fechamento das milhares de bases dos EUA , das missões de “procurar e destruir” e o fechamento das prisões secretas nas quais milhares de iraquianos são torturados e humilhados, e o fechamento dos tribunais ilegais norte-americanos”, concluiu Sara Flounders.

NATHANIEL BRAIA
23 de Dezembro de 2005
Para ilustrar:
*****Artigo especial e muito interessante de Sara Flounders, intitulado O julgamento de Saddam Hussein.
O movimento contra a guerra deve rechaçar a “justiça” colonial (o original em espanhol).
Esse excelente trabalho foi publicado em 12 de dezembro passado, pelo International Action Center, uma poderosa ONG americana, pacifista e que luta contra a guerra no Iraque e que foi reproduzido no site http://www.iraqsolidarid.org/ no dia 15 do mesmo mês, com tradução do inglês para o espanhol por Beatriz Morales.
A autora, Sara Flounders, é co-diretora do IACenter ao lado do ex-procurador geral dos Estados Unidos, Ramsey Clark, advogado e um dos chefes da equipe de advogados que defende Saddam Hussein.

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