quarta-feira, 21 de novembro de 2007

CRIMINOSOS DOS EUA NO IRAQUE

EUA : criminosos no Iraque
Literalmente, soldados criminosos estão no país


O Pentágono sempre apresenta novidades.
Desesperados pelo
fracasso da ocupação do Iraque, e pela baixíssima moral de suas
tropas também no Afeganistão, o governo estadunidense decidiu
abrir as portas do seu exército para um novo tipo de recrutas –
homens detidos nos Estados Unidos, com histórico criminal.

EUA: criminosos no Iraque

A nova
estratégia estadunidense condiz com a tática militar empregada
recentemente nos países sob ocupação.
Algumas regiões, mesmo
áreas residenciais, foram declaradas “zonas de tiro livre”.
De acordo com a agência de notícias Associated Press, o número
de recrutas do exército estadunidense que foram inocentados por
seus crimes cometidos em solo estadunidense para serem enviados
ao Iraque e Afeganistão subiu de 15% em 2006 para 18% esse ano.
Estatísticas do próprio Pentágono indicam que esse é o caso de 3
em cada 10 novos recrutas.
Cerca de dois terços desses novos
recrutas aprovados foram liberados de ofensas criminais, sendo o
uso de drogas e o roubo e utilização de armas de fogo ilegais os
crimes mais comuns.
Em 2007, o Pentágono passou não somente a
ignorar recrutas com histórico criminal, mas também a ignorar
doenças que, anteriormente, desqualificavam potenciais soldados
para o trabalho.
Entre essas doenças estão a asma, bronquite e
distúrbios psicológicos como as mais comuns.
Em uma manobra desesperada devido às derrotas no Afeganistão e
no Iraque, o Pentágono se mostrou despreocupado perante as
conseqüências que tais decisões podem causar para a população
dos países ocupados.
O general estadunidense Michael Rochelle,
chefe do comando de recrutamento do Exército dos Estados
Unidos
, afirmou que a revisão dos métodos de recrutamento é
“necessária”, diante da dificuldade de alcançar as metas de
alistamento.
“Eu acredito que tem que ser feito”, disse Rochelle.
O
Exército estadunidense não consegue atingir suas metas de
recrutamento desde maio de 2006.
Até abril de 2007, estava 16%
abaixo de seus objetivos para o ano.
Segundo Rochelle, “a guerra
no Iraque está causando preocupação entre recrutas em potencial e
suas famílias”.
Além de levar criminosos para combater no Iraque, a recente
decisão do Exército de declarar “zonas de tiro livre” no país reflete
o
fracasso das forças de ocupação
, e
a total irresponsabilidade para
com a população civil do país.
Enquanto a mídia ocidental se focou
nos mais recentes crimes da Blackwater e outras
“contratantes de
segurança”
, a administração Bush aproveitou para dar maior
liberdade a seus soldados nos campos de batalha, autorizando, por
exemplo, as tropas a abrirem fogo contra os por eles intitulados
“MAMs” (sigla em inglês para “military-age males”, ou
“homens com
idade militar
”).
Com a nova ordem, o número de vítimas civis no
Iraque subiu no último mês.

O final de outubro foi marcado
por crimes contra os civis
iraquianos.
No dia 21, em um
ataque estadunidense contra
supostos militantes xiitas em
Sadr City, as forças de
ocupação abriram fogo

indiscriminadamente contra a população local, deixando 49 mortos.

Dois dias depois, um helicóptero estadunidense abriu fogo contra
civis em Mukaisheefa, ao norte de Bagdá, deixando 16 mortos,
entre eles 6 mulheres e 3 crianças, e outros 14 gravemente feridos.
As forças ocidentais justificaram os dois ataques afirmando que o
primeiro, em Sadr City, deixou “muitos insurgentes mortos”, e o
segundo, em Mukaisheefa, tirou a vida de
“um conhecido membro
de uma célula de fabricação de IEDs”
(abreviatura em Inglês para
Dispositivo Explosivo Improvisado)
, “além de 5 outros MAMs”. Com
a nova ordem de “zonas de tiro livre”, os “MAMs” se tornaram mais
comuns.
A população iraquiana pagará pelas decisões irresponsáveis do
governo estadunidense.
De acordo com a ONU, cerca de 4,2
milhões de iraquianos foram desabrigados até então, a maioria
fugindo para a Síria e a Jordânia
.
O jornal médico britânico The
Lancet
, que realizou a única análise científica até então sobre o
número de civis mortos no Iraque desde a invasão do país, alerta
que “os números de 655 mil civis iraquianos mortos pela ocupação
desde 2003 é subestimado”.
Fontes do atual governo iraquiano, pró-ocidental,
afirmam que “cerca de 300 civis são mortos diariamente
pelas tropas estadunidenses e seus colaboradores”.
Certamente, a
presença dos Estados Unidos no Iraque não tem qualquer relação
com o slogan “liberdade e democracia”.

http://www.orientemediovivo.com.br/pdfs/edicao_83.pdf

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