quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Casos de suicídio entre soldados servindo no Iraque e Afeganistão


Suicídio: a maior arma contra a
ocupação

Eles representam as baixas de guerra que não se ouve falar sobre –
são os soldados suicidas, aqueles que tiram suas próprias vidas por
não superar as condições dos campos de batalha da “guerra contra
o terrorismo”
de George W. Bush e seus aliados.
Em um momento
em que o Exército dos Estados Unidos já não consegue mais atingir
suas metas de recrutamento militar, a mídia ocidental tem feito bem
o seu trabalho de esconder os fatos por trás dessa realidade.
Números alarmantes foram divulgados sobre as guerras no
Afeganistão e Iraque.
Segundo o estudo da rede de notícias
estadunidense CBS News, a primeira tentativa de contar a
quantidade de suicídios devido à “guerra contra o terrorismo”, o
número de veteranos que cometeram suicídio é quase o dobro da
quantidade de soldados que morreram em combate no Iraque

desde a invasão, em 2003.
Só em 2005, pelo menos 6256
veteranos se mataram – uma média de 17 por dia.
Em 2006 e 2007,
a tendência é uma situação ainda pior.
A estatística é chocante, se
comparada ao total de militares estadunidenses mortos em batalha
no país – de acordo com fontes ocidentais, 3866 militares desde
2003 – uma média de 2,4 por dia.
A mesma história se repete no Reino Unido.
Bob Ainsworth, o
Ministro das Forças Armadas, confirmou recentemente ao
Parlamento britânico que os casos de suicídio entre soldados
servindo no Afeganistão e no Iraque representam 1 para cada 10
soldados mortos em combate
.
Tobias Ellwood, membro do
Parlamento, alertou que “a alta taxa de suicídios sugerem os
horrores que nossas tropas estão passando”.
“Nem todos voltam
para casa com ferimentos de guerra, mas, no fim, ninguém volta
sem ter mudado”, descreve Paul Rieckhoff, ex-militar e fundador da
ONG Iraq and Afghanistan Veterans for America.

Durante o estudo, a CBS
entrevistou o pai de um soldado
de 23 anos que deu um tiro na
própria cabeça ainda em 2005.

Ele afirma que os militares
tentam esconder o problema do
público.
“Eles não querem que
o real número de baixas seja conhecido”, afirma Mike Bowman.
O
filho de Bowman, Tim, patrulhava uma das áreas consideradas mais
perigosas de Bagdá: a estrada para o aeroporto.
Quando ele
voltou, seus olhos estavam sem vida. Não havia mais aquela luz no
olhar”,
relembra Bowman.
Oito meses depois, no dia de ação de
graças
– o feriado mais importante para as famílias estadunidenses
Tim cometeu suicídio.
Outras estatísticas interessantes mostram que os veteranos
estadunidenses
são 1 em cada 4 pessoas sem-teto nos Estados
Unidos hoje, ainda que representem apenas 11% da população total
do país.
Considerando isso, fica evidente a falta de cuidado que o
governo adota com seus “heróis de guerra”.
Para ilustrar o descaso
do governo,
os veteranos do Vietnã demoraram, em média, uma
década para ficarem em situação de miséria e não possuírem um
local para se abrigarem.
“Para muitos, voltar para casa da batalha
não é um fim no conflito”,
explica Daniel Akaka, diretor do comitê do
Senado para os veteranos.
De fato, parece que o maior inimigo dos
estadunidenses é a própria “guerra contra o terrorismo”.

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