domingo, 18 de novembro de 2007

A Brutalidade Insana do Estado de Israel


Atrocidades na Terra Prometida
A Brutalidade Insana do Estado de Israel

Por Kathleen Christison
* - 17/07/06

Original em Counterpunch -
www.counterpunch.org
Tradução do Círculo Bolivariano de São Paulo - www.unidadepopular.org

Palavras não bastam; termos comuns são inadequados para descrever os horrores que Israel perpetra diariamente e tem perpetrado durante anos contra os palestinos.
A tragédia de Gaza já foi descrita mais de cem vezes, bem como as tragédias de 1948, de Qibia, de Sabra e de Jenin – 60 anos de atrocidades perpetradas em nome do judaísmo.
Mas o horror geralmente esbarra em ouvidos moucos na maior parte de Israel, na arena política dos Estados Unidos e na grande mídia dos EUA.
Aqueles que se horrorizam – e há muitos – não conseguem penetrar no escudo de impassividade que protege a elite política e midiática de Israel, ainda mais do que nos EUA, e cada vez mais no Canadá e Europa, de ver, de se preocupar.
Mas é preciso ser dito agora, bem alto: aqueles que concebem e executam as políticas israelenses transformaram Israel em um monstro, e chegou a hora de todos nós – todos os israelenses, todos os judeus que permitem que Israel fale por eles, todos os americanos que não fazem nada para acabar com o apoio dos EUA por Israel e suas políticas assassinas – de reconhecer que nós nos maculamos moralmente ao continuar a ficar de braços cruzados enquanto Israel leva a cabo suas atrocidades contra os palestinos.
Um país que determina o primado de uma etnia ou religião sobre todas as outras acabará ficando psicologicamente enfermo.
Narcisisticamente obcecado com sua própria imagem, terá de lutar para manter sua superioridade racial a todo custo e irá inevitavelmente encarar qualquer resistência a essa superioridade imaginária como uma ameaça a sua existência.
De fato, qualquer outro povo automaticamente se torna uma ameaça a sua existência pelo simples fato de existir.
Ao tentar se proteger contra ameaças imaginárias, o estado racista se torna cada vez mais paranóico, sua sociedade mais fechada e isolada, intelectualmente limitada.
Contratempos a enfurecem; humilhações a enlouquecem.
O estado açoita furiosamente num esforço desvairado, destituído de qualquer senso de proporção, para se reassegurar de sua força.
O modelo se esvaiu na Alemanha nazista, ao tentar manter uma mítica superioridade ariana. Está se esvaindo agora em Israel.
“Esta sociedade não mais reconhece nenhuma fronteira, geográfica ou moral”, escreveu o intelectual israelense e ativista anti-sionista Michel Warschawski em seu livro de 2004, “Rumo a uma Tumba Aberta: a Crise da Sociedade Israelense”.
Israel não conhece limite algum e está se esvaindo ao descobrir que sua tentativa de submeter os palestinos e engolir a Palestina inteira está sendo minado por um povo palestino tenaz e digno que se recusa a submeter-se em silêncio e desistir de resistir à arrogância israelense.
Nós nos Estados Unidos ficamos tão acostumados à tragédia inflingida por Israel, e caímos facilmente na sua lábia que automaticamente, por alguma armadilha da imaginação, converte atrocidades israleenses em exemplos de como Israel é vitimizado.
Mas um exército que solta uma bomba de 225 quilos em um apartamento residencial no meio da noite e mata 14 civis dormindo, como aconteceu em Gaza há quatro anos, não é um exército que opera por normas civilizadas.
Um exército que solta uma bomba de 225 quilos em uma casa no meio da noite e mata um homem, sua esposa e sete de seus filhos, como aconteceu em Gaza há quatro dias, não é o exército de um país moral.
Uma sociedade que pode deixar de lado, como desimportante, o assassinato brutal de uma menina de 13 anos por um oficial do exército alegando que ela ameaçou soldados em um posto militar – uma entre as quase 700 crianças palestinas assassinadas por israelenses desde que a Intifada começou – não é uma sociedade dotada de consciência.
Um governo que prende uma menina de 15 anos – uma entre as centenas de crianças em prisões israelenses – pelo crime de empurrar e fugir de um soldado que tentava lhe fazer uma revista quando ela entrava numa mesquita não é um governo com qualquer postura moral. (Essa história, que não é do tipo que vá aparecer alguma vez na mídia americana, foi noticiada pelo Sunday Times de Londres.
A menina levou três tiros enquanto fugia e foi condenada a 18 meses de prisão depois de sair do coma).
Os críticos de Israel cada vez mais notam que Israel está se autodestruindo, à beira de uma catástrofe por sua própria culpa.
O jornalista israelense Gideon Levy fala de uma sociedade em “colapso moral”.
Michel Warschawski escreve sobre uma “loucura israelense”, uma “putrefação” da sociedade civilizada, que levou Israel a um rumo suicida.
Ele prevê o fim do empreendimento sionista; Israel é uma “quadrilha de arruaceiros” que “caçoa da legalidade e da moralidade civil. Um estado que se enche de desprezo pela justiça perde a força para sobreviver”.
Como Warschawski nota com amargor, Israel já não conhece mais nenhuma fronteira moral – se alguma vez conheceu.
Aqueles que continuam a apoiar Israel, que criam pretextos para isso enquanto ele mergulha na corrupção, perderam suas referências morais.

*Kathleen Christison é uma ex-analista política da CIA e trabalhou com temas do Oriente Médio durante 30 anos.
Ela é autora de "Percepções da Palestina" e "Ferida da Espoliação".
Pode ser contactada pelo email: kathy.bill@christison-santafe.com.
Este artigo encontra-se no site do Círculo Bolivariano de São Paulo - http://www.unidadepopular.org.
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http://www.unidadepopular.org/israhell6.htm

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