Fotos: mulheres iraquianas com suas crianças após a invasão estadunidense no ano de 2003.
As mulheres iraquianas são contra a ocupação e invasão do Iraque pelos Eua e aliados bem como contra o "governo-fantoche" instalado desde 2003 que coaduna com tanta morte e destruição.
Mais de 2 mil mulheres iraquianas estão presas por “razões de segurança”
A condenação à morte de três resistentes iraquianas mostra que a execução de Saddam Hussein e outros membros do partido Baas não foram actos isolados.
Como se não bastassem as execuções praticadas pelos esquadrões da morte, a clique governante iraquiana prepara o caminho para execuções ‘judicialmente sancionadas’ de todos os que se oponham ao seu regime e à ocupação norte-americana.
É vital denunciar a condenação à morte das resistentes iraquianas.
Importa repudiar mais esta barbaridade e compelir as autoridades iraquianas a revogar a sentença.
Até à data, sabia-se do assassinato de resistentes praticado por esquadrões da morte – intimamente ligados ao governo iraquiano e às forças de ocupação.
Mas não se falava da condenação à morte de membros da Resistência.
Eman Khamas, resistente iraquiana e membro do WTI, refere, sobre isto, que na realidade não se trata do primeiro caso; simplesmente, até agora não eram dados como pertencendo à resistência.
A escritora e resistente iraquiana Haifa Zangana, igualmente membro do WTI, referiu que “as execuções dos que eles (poder iraquiano) chamam ‘terroristas’ e ‘criminosos’ têm ocorrido às dúzias desde há um ano para cá”, acrescentando que “uma execução pública teve lugar em Mossul, no norte do Iraque, há dois meses”. Salienta que “todavia, é a primeira vez que se ouve falar da condenação de mulheres à morte”.
Segundo Mohamed Khorshid, dirigente das organizações de direitos humanos do Iraque, em declarações ao jornal Asharq Al Awsat, em 6 de Abril de 2006, “há mais de 2 mil mulheres classificadas como ‘prisioneiros de segurança’ que estão sob supervisão tanto das forças de ocupação como do seu regime fantoche, em várias prisões, campos e centros de detenção”.
Numa declaração recente no parlamento, diz Khorshid, a ministra iraquiana dos direitos humanos reconheceu haver mais de mil mulheres naquelas condições; mas, perante a reacção pública, a ministra deu o dito por não dito um dia depois. Comentando a condenação das três mulheres, uma representante do WTI da Turquia, sublinhou tratar-se de “um sinal de abertura de uma época de execuções ‘legais’ no Iraque, uma prova horrível de que as execuções de Saddam Hussein e de outros líderes do partido Baas não foram actos isolados ou incidentes excepcionais”.
Pelo contrário, acrescenta, “foram a maneira de a clique governante iraquiana preparar o caminho para execuções ‘judicialmente sancionadas’ de todos os que se oponham ao seu regime e à ocupação norte-americana.”
Como refere a mensagem que a União dos Advogados Iraquianos fez chegar ao Tribunal Mundial sobre o Iraque, informando sobre a condenação sumária das resistentes e dos procedimentos sem lei do Supremo Tribunal Iraquiano, é vital protestar e agir contra estes actos a fim de compelir as autoridades iraquianas a revogar a sentença.
Importa informar o maior número de pessoas de mais esta barbaridade e instar as instituições relevantes a intervir.
Exige-se do governo e das autoridades portuguesas uma tomada de posição junto das autoridades iraquianas e norte-americanas no sentido de impedir a execução e de condenar a arbitrariedade do Tribunal Supremo Iraquiano.
Humam al-Hamzah
Oriente Médio Vivo
Nenhum comentário:
Postar um comentário