Presidente Saddam Hussein abre as portas de sua moradia aos inspetores da ONU e expõe ostentação do Iraque ao Ocidente
Nobreza: A arquitetura monumental de Al-Sajoud, com amplos jardins e construção em materiais nobres, é símbolo do poder de Saddam no Iraque.
Muito já se escreveu sobre o poder e a fortuna de Saddam Hussein, mas tudo o que já se sabia empalideceu na última terça-feira, 10/12/2002, quando abriram-se para os inspetores das Nações Unidas os portais entalhados do Palácio Al-Sajoud, erguido às margens do rio Tigre.
Construído em ouro e mármore nobre, cercado de alamedas e jardins floridos, o imenso reduto de Saddam materializa a expressão “fausto oriental” – os exageros de luxo e opulência das cortes do Oriente que fascinam os europeus desde que Alexandre, o Grande invadiu a Pérsia, no terceiro século antes de Cristo.
Al-Sajoud é um dos vários palácios erguidos por Saddam desde que ele assumiu o poder, em 1979.
Al Sajoud, que em árabe significa o ato de ajoelhar-se para rezar, foi bombardeado pelos americanos durante a Guerra do Golfo, em 1990, e inteiramente reconstruído desde então – assim como boa parte do país.
Lobby suntuoso: em formato octogonal, salão tem paredes de mármore entalhado
O elemento que mais chama atenção no palácio desvendado na semana passada é a sala de entrada.
Lobby suntuoso: em formato octogonal, salão tem paredes de mármore entalhado
O elemento que mais chama atenção no palácio desvendado na semana passada é a sala de entrada.
Em formato octogonal, com três andares de altura, esse lobby gigantesco foi inteiramente construído em mármore branco e entalhado com temas islâmicos.
A iluminação é fornecida por um grande lustre de cristal e ouro.
O formato octogonal é tão raro na arquitetura ocidental que uma das poucas exceções é a monumental Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Mas enquanto o templo católico está aberto à visitação de milhares de fiéis, o salão de Saddam guarda apenas uma maquete do próprio palácio.
E as visitas são raras.
Do lado de cá do mundo, esse tipo de construção dispendiosa que encanta Saddam está restrita aos parques temáticos.
Para se ver alguma coisa autêntica no estilo islâmico no Ocidente – marcado por janelas em forma de arcos, mares de colunas e pátios internos refrescados por fontes baixas – é preciso visitar o Alhambra, de Granada, onde a arquitetura mourisca atingiu seu auge no final da ocupação muçulmana da Espanha.
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