quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

As infundadas acusações estadunidenses


Irã falava a verdade desde
o início

As infundadas acusações estadunidenses

Na última segunda-feira (3), o novo relatório de inteligência dos
Estados Unidos concluiu que o Irã desativou o seu programa de
armamentos nucleares há mais de 4 anos.
Mais uma vez, o mito das
“armas de destruição em massa” voltou para assombrar a
administração Bush também no caso do Irã.

Irã falava a verdade desde o início
Na última segunda-feira (3), o novo relatório de inteligência dos
Estados Unidos
concluiu que o Irã desativou o seu programa de
armamentos nucleares há mais de 4 anos.
Mais uma vez o governo
estadunidense tem sua credibilidade colocada em xeque – ao que
tudo indica, o mito das “armas de destruição em massa” de Saddam
Hussein (que nunca existiram) voltou para assombrar a
administração Bush também no caso do Irã.
O relatório da Estimativa de Inteligência Nacional (EIN) sobre o Irã,
que expressa consenso entre todas as 16 agências de inteligência
estadunidenses, indica com “muita confiança” que o Irã paralisou
seu programa para desenvolver armamentos atômicos em 2003 “em
resposta à pressão internacional”.
O resultado contradiz as
ameaças da Casa Branca de que a República Islâmica estaria atrás
de “desenvolver armas nucleares” – o motivo pelo qual duas
sanções econômicas foram impostas contra o país recentemente
.
Ao mesmo tempo, o relatório comprova o que o Irã afirma há anos:
que seu programa nuclear é pacífico, voltado apenas para a
geração de eletricidade com fins civis.
As “descobertas” da EIN não representam uma novidade para
aqueles que seguiam o caso do Irã de perto.
O reeleito presidente
russo, Vladimir Putin
, havia anunciado anteriormente, baseado em
suas agências de inteligência, que “não existem evidências” de que
o Irã estaria atrás de construir uma bomba.
Mohamed El-Baradei,
chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA),
encarregada de inspecionar as instalações iranianas, também
respondeu positivamente, afirmando que o relatório sustenta sua
posição de que “não há evidências de um programa de armas
nucleares não declarado em lugar algum” no Irã.
A novidade significa que o Irã venceu?
De acordo com oficiais do
Pentágono, o relatório “fortaleceu o Irã e enfraqueceu os demais”.
De fato, o Irã comemorou a mais recente derrota da administração
Bush.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr
Mottaki,
declarou que “está se tornando claro para o mundo que o
programa nuclear do Irã é mesmo pacífico”.
A televisão estatal
iraniana qualificou o relatório como “a confissão nuclear” dos
Estados Unidos, e afirmou que o mesmo representa “uma vitória"
para a República Islâmica.
Apesar disso, a máquina de propaganda
militar de George W. Bush não descansou.
Assim como no Iraque, em que a cada vez que um mito era
desmascarado outro novo era criado (das “armas de destruição em
massa” à “presença da Al-Qaeda no Iraque”)
, o governo
estadunidense já iniciou a sua nova campanha de acusações contra
o Irã.
Em uma entrevista coletiva em Washington, Bush disse que o
relatório, na verdade, “dá motivo para mais pressão” (sic) contra o
governo do líder iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.
Após
comprovado que a afirmativa do governo iraniano era mesmo
verdade, as novas acusações estadunidenses são voltadas para a
“intenção” de desenvolver armas nucleares, e não mais a
capacidade – um argumento difícil de ser avaliado.
Segundo Bush,
o Irã pode retomar um programa atômico militar secreto.
“O Irã foi
perigoso.
O Irã é perigoso.
E o Irã será perigoso, se tiver o
conhecimento necessário para fazer uma arma nuclear”,
afirmou
ele.
O desenvolvimento de
tecnologias nucleares é legal
perante a Lei Internacional para
os países que assinarem o
Tratado de Não-Proliferação
Nuclear.
Considerando isso, o
Irã tem o direito de enriquecer

urânio, já que a República Islâmica assinou o tratado ainda em
1968.
Apesar disso, os Estados Unidos parecem decididos a atrasar
o desenvolvimento do país, que tem um papel fundamental na
divisão de poderes do Oriente Médio
.
Um recente relatório da AIEA,
que antecedeu o relatório estadunidense, confirmou
inequivocamente que “o programa nuclear do Irã é de natureza
civil”,
e que “o Irã não tem intenção e nem condição de fabricar
armas nucleares”.
O governo estadunidense, porém, não se
mostrou interessado em fatos.
“Acho que o relatório divulgado
ontem é um sinal de advertência, porque poderiam [o Irã] reiniciá-lo
[o programa nuclear]. Tiveram o programa e o paralisaram”,
afirmou
Bush, acrescentando que “todas as opções” continuam sobre a
mesa em relação às medidas a serem tomadas contra Teerã
Pelo
menos por enquanto, a verdade venceu.

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