Israel faz obras para separar israelenses de palestinos
Guila Flintde Belém
Os projetos para separar israelenses de palestinos se intensificaram
Existe uma palavra em hebraico que todos os palestinos sabem dizer: "mahsom", que significa barreira ou ponto de checagem.
Durante os últimos anos, Israel vem desenvolvendo projetos de grandes dimensões que visam criar uma separação fisica entre palestinos e israelenses nos territórios ocupados.
Na Cisjordânia, vivem 250 mil colonos israelenses e mais de 2 milhões de palestinos.
Os assentamentos pontilham toda a Cisjôrdania criando um mapa complexo no qual assentamentos israelenses e cidades, vilarejos e aldeias palestinos se entremeiam.
Em imagens : Belém sob controle dos palestinos
Guila Flintde Belém
Os projetos para separar israelenses de palestinos se intensificaram
Existe uma palavra em hebraico que todos os palestinos sabem dizer: "mahsom", que significa barreira ou ponto de checagem.
Durante os últimos anos, Israel vem desenvolvendo projetos de grandes dimensões que visam criar uma separação fisica entre palestinos e israelenses nos territórios ocupados.
Na Cisjordânia, vivem 250 mil colonos israelenses e mais de 2 milhões de palestinos.
Os assentamentos pontilham toda a Cisjôrdania criando um mapa complexo no qual assentamentos israelenses e cidades, vilarejos e aldeias palestinos se entremeiam.
Em imagens : Belém sob controle dos palestinos
Projetos
Os projetos de separação têm o objetivo de evitar o encontro entre as duas populações e incluem a construção de cercas e muros, a escavação de fossas, a instalação de bloqueios nas estradas com blocos de concreto e montes de areia e a presença de pontos de checagem militares em locais considerados estratégicos.
Segundo as autoridades israelenses, a meta é garantir a segurança de israelenses, depois que dezenas deles foram mortos por atiradores palestinos tanto nas estradas da Cisjordânia quanto nos assentamentos.
Para os palestinos, a presença desses obstáculos físicos transforma suas cidades e aldeias em prisões e dificulta todos os aspectos da vida da população.
Também está em andamento a construção de estradas periféricas, para contornar as regiões habitadas por palestinos.
Desde o início da Intifada, em setembro de 2000, o tráfego de veículos palestinos nessas estradas foi proibido e elas servem exclusivamente para a movimentação de colonos israelenses.
'Zona de separação'
A cidade de Belém, assim como todas as outras cidades palestinas, está ficando cada vez mais cercada por todos os tipos de obstáculos físicos que impedem a passagem dos habitantes, não só em direção às cidades israelenses como também em direção a outras cidades palestinas e à zona rural.
Ao norte do vilarejo de Beit Sahour, na periferia da cidade de Belém, as autoridades israelenses estão concluindo a construção de um trecho da chamada “zona de separação”.
Segundo porta-vozes israelenses, o objetivo do projeto é impedir que atacantes palestinos saiam de Beit Sahour em direção a Jerusalém.
Rodeando a parte norte do vilarejo se vê um complexo de cercas de arame farpado, cercas eletrônicas e valas.
Entre as cercas está sendo construída uma nova estrada que levará colonos israelenses que moram em assentamentos ao sudeste de Belém para Jerusalém.
Para construir esta estrada foram confiscadas terras agrícolas pertencentes a 5 aldeias palestinas e também parte da área urbana de Beit Sahour.
'Pretexto'
Segundo Jamal Salman, diretor-geral da prefeitura de Belém, o objetivo da cerca ao redor de Beit Sahour não é garantir a seguranca de civis israelenses.
“A seguranca é só o pretexto”, disse Salman à BBC Brasil, “mas o objetivo verdadeiro é confiscar mais terras dos palestinos e criar fatos consumados nessa área, pois a cerca não passa na linha verde (fronteira original entre Israel e a Cisjordânia, antes da ocupação israelense na guerra de 1967), mas sim avança nas áreas palestinas”.
Durante o mês de março, os moradores da parte norte de Belém foram informados pelas autoridades israelenses que um muro deverá ser construído, separando o bairro onde eles moram do resto da cidade.
Esse bairro fica junto à Tumba de Raquel, local de peregrinacao para judeus ortodoxos que acreditam que lá foi enterrada a matriarca.
Desde a ocupação da Cisjordânia, em 1967, a Tumba de Raquel foi gradualmente transformada em uma base militar israelense, e hoje esta cercada por muros e torres de controle, com soldados em guarda 24 horas por dia.
O novo muro, que deverá ter 8 metros de altura, deverá servir para separar os palestinos dos israelenses que vão rezar na Tumba de Raquel.
Amjad Awwad, de 35 anos, é dono de um supermercado nesse bairro.
“Essa sempre foi a área mais próspera de Belém”, disse Awwad, “mas nos últimos anos, por causa da base militar instalada na Tumba de Raquel, esta região virou uma área morta. Das 80 lojas que havia aqui, 73 já foram fechadas”.
'Gueto'
Cerca de 450 palestinos moram ou trabalham nesta parte de Belém.
Eles temem que a construção do novo muro torne sua vida insuportável.
“Se esse novo muro for construído, Belém será dividida em duas partes e os moradores do bairro vão passar a viver em um gueto”, disse Jamal Salman, da prefeitura, “de um lado haverá o muro com 8 metros de altura e, do outro, a cerca que impede a nossa passagem para Jerusalém”.
O próprio Salman tem uma loja nesse bairro e disse que, se o muro for construído, ele terá que pedir permissão às autoridades israelenses a cada vez que quiser ir de sua casa, que fica no sul de Belém, a sua loja.
A Prefeitura de Belém entrou com um apelo contra a construção do novo muro na Suprema Corte de Justica de Israel.
A Corte pediu esclarecimentos ao Ministério da Defesa.
“Se esse novo muro for construído, Belém será dividida em duas partes e os moradores do bairro vão passar a viver em um gueto”, disse Jamal Salman, da prefeitura, “de um lado haverá o muro com 8 metros de altura e, do outro, a cerca que impede a nossa passagem para Jerusalém”.
O próprio Salman tem uma loja nesse bairro e disse que, se o muro for construído, ele terá que pedir permissão às autoridades israelenses a cada vez que quiser ir de sua casa, que fica no sul de Belém, a sua loja.
A Prefeitura de Belém entrou com um apelo contra a construção do novo muro na Suprema Corte de Justica de Israel.
A Corte pediu esclarecimentos ao Ministério da Defesa.
Os palestinos em Belém esperam que a Corte aceite o apelo e proíba a construção do novo muro.
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