domingo, 14 de outubro de 2007

MURO DA SEGREGAÇÃO RACIAL

PALESTINA • 08/01/2004
O Muro da segregação racial na Cisjordânia, é um projeto sionista de nova colonização na Palestina.
por Raed El Arabi : da Direção da União da Juventude Árabe para América Latina (UJAAL)
Um Muro que, na sua conclusão, isola aos palestinos cisjordanos e a metade de seu território, principalmente as zonas urbanas.
Um projeto sionista para uma nova fase de colonização.
Diversas ONGs e setores populares, de todo o mundo tem convocado uma jornada internacional de protestos e mobilizações contra a construção do Muro e do crime sionista contra o povo palestino.
Características do Muro
O muro de concreto gigantesco, comummente conhecido como o Muro de apartheid, ou Muro de Segregação Racial, que está sendo construido pelo governo sionista de Israel na Cisjordânia, não é uma idéia nova, más sim, é apenas uma materialização, do que foi decidido em 1973.

O Muro de 8 metros de altura, é duas vezes mais alto que o anterior muro de Berlim.
Fontes palestinas antecipam que pode alcançar entre 650 a 700 km de longitude, segundo declarações dos radicais do Likud, isso significa, quatro vezes mais longo do que era o comprimento do Muro de Berlim, e 45 metros de largura (em algumas zonas terá um Muro interno e outro externo). 145 Km já estão construidos.
Nem as críticas internacionais, nem as exigências da ONU tem conseguido parar o projeto do governo sionista.
"Não tenho outra alternativa, a separação é a única possibilidade de segurança", "devemos levantar barreiras que impedem a entrada de terroristas suicidas e outros agressores", com estas palavras, argumentou a construção do Muro, o assassino sionista Ehud Barak, quando anunciava no Camp David em julho de 2000, que o projeto será de separação física e económica.

Será equipado com alta tecnologia sofisticado de vigilância, fio farpado, fios elétricos, e rodeado por trincheiras; também haverão patrulhas constantemente.
Os palestinos de 12 cidade que ficarão divididos pelo Muro, terão que pedir licença para cruzá-lo.
O custo total da sua construção se calcula em mais de 1 bilhão de Euros.
O dia 9 de Novembro de 2003, é o dia no qual coincide a queda do Muro de Berlin, quando milhares comemoravam o 14º aniversário da queda do muro de Berlin, o governo sionista de Isreal, nesta data fechou a primeira fase da construção, e inciciou assim no dia 1º de Outubro a segunda.
O texto da declaração foi feita em público imediatamente.

A segunda fase da construção do Muro:

"Está nova fase terá que cobrir a construção de 270 Km: desde o assentamento de Elqana, ao sul de Qalquilya, até o acampamento militar de Ofer, perto da cidade de Ramalah (140 Km); desde o assentamento de Har Gilo, ao sul de jerusalèm, até o assentamento de Carmel, ao sul de Hebrón (115 Km); e 15 Km mais ao longo da fronteira noroeste de Jerusalém"[1].

145 kilómetros do Muro já estão construidos

Algo mais de 145 kilómetros do "Muro de segregação racial", aprovados previamente, pelo governo sionista, já estão práticamente completados.
Ao redor do asentamento de Ariel o muro se encontra a 22 kilómetros da "línha verde"[2], (desviando dentro das terras de Cisjordânia).
Em total 44 assentamentos estarão situados ao oeste do Muro, e 65.000 hectares, um 11.6% de Cisjordânia estará isolado, entre o "Muro" e a "línha verde".
As aldeias de Rummana, Taba e Yanin foram postos num cantão, separados da Cisjordãnia e do resto da palestina por dois muros separados.

Se estima que 100,000 árvores de azeitona e 50,000 de uma variedade ampla de frutas da região, já foram roubados ou destruidos pelo exército sionista, ao longo dos primeiros 112 km do Muro, de acordo com os dados do grupo Palestino de proteção do meio ambiente.

Um relatório da ONU em maio de 2003, refere-se que, o Muro atingirá imensamente Palestinos, em todos os sentidos.
O relatório informa que: "95,000 palestinos permanecerão viver entre o Muro e a Linha Verde (61,000 deles no distrito de Jerusalém) quando se completa."
O relatório confirma que o Muro deixará muitos Palestinos sem acesso a recursos de água[3].

O Muro, afetará seriamente o viver de milhares de Palestinos.
Separa fazendeiros de suas terras, divide as famílias, e muitos ficarão sem tarbalho ou longe dos negócios.
Os pastores foram forçados vender seus rebanhos devido a destruição do pastgem pelo exército sionista.
Algumas ONGs tem denunciado que a primeira fase de construção do Muro tem deixado a 20.000 pessoas sem meio de vida, patrimônio e tem arrasado miles de hectares de terrenos e de poços de agua em Cisjordania.
A organização de direitos humanos israelense, "Btselem", afirmou que o recorrido da "barreira de separação" aprovado pelo governo israelense atingirá diretamente os inteésses de 875.000 palestinos e outros 263.000 ficarão isolados, entre eles 115.000 pessoas encerradas entre o Muro e a "línha verde", que separa a Israel de Cisjordania.

A ONU lava as mãos para não ser cúmplice:
A construção do Muro de segregação racial na Cisjordânia pelo governo sionista de Israel foi objeto de uma massiva condena na Asambléia Geral das Nações Unidas no final do mes de outubro de 2003.
A petição da iniciativa foi dos países árabes, que após uma longa jornada de negociações foi aceita.
A medida foi aprovada por 144 votos a favor, 12 abstenções e 4 em contra, entre eles os Estados Unidos e o Estado sionista de israel.
Com uma amplia maioría, a Assembléia Geral da ONU tem aprovado a resolução que exige de Israel a paralização do Muro.
O embaixador israelense Dan Gillerman, na ONU qualificou a decisão de "farsa".
O observador permanente da Autoridad Nacional Palestina na ONU, Nasser Al-Kidwa, deu seu agradecimento aos países que apoiaram a resolução.
A pesar da resolução da ONU e da condena da comunidade internacional, o governo sionista em resposta, declarou que continuará na construção do Muro.
Nestá resolução se exige de Israel "que paralise e dé marcha atrás na construção do Muro na Cisjordânia e no oeste de Jerusalém.
Segundo declarações da ONU, a Assembléia se manifesta "particularmente preocupada" pelas consequências da edificação deste muro, que "prejudica futuras negociações e fáz físicamente impossível a solução de criar dois Estados", como contempla a 'Estrada do Mapa'.

O Muro é um projeto sionista de colonização:
Se trata de um projeto que tem recebido a condena da comunidade internacional, que o considera uma iniciativa motivada por razões claramente políticas e não só de seguridade.
O Governo sionista argumenta que é necessário construir o Muro para impedir a entrada de atacantes palestinos, que tem matado a centenas de israelenses nos últimos 3 anos.
Os palestinos e a comunidade internacional temem que se trate de uma política de fatos consumados por parte de Ariel Sharon para anexar zonas de Cisjordania.

Declarações da ala radical do Likud, informam que o projeto de separar a Cisjordânia das fronteiras de Jordânia é um projeto que foi estabelecido um pouco antes da Guerra de 1967.
Ao longo da istalação do Muro, este se desvia em várias localidades, de uma forma que respeita os assentamentos dos colonos sionistas, e em grande parte para anexar terrenos agrícolas férteis que pertenceram sempre aos palestinos.

A política racista e expansionista do governo sionista de Israel, vende hoje a idéia de querer através do Muro estabelecer, uma medida de seguridade, para evitar a infiltração dos grupos armados da Intifada, como HAMAS, Al Jihad Islâmica e FPLP, no território ocupado.

Na realidade, o projeto da construção do Muro de segregação racial, não é um passo novo na política de colonização sionista, já que em 1973, Sharon havia declarado na sua visita ao assentamento de Ariel, sobre seu projeto de construir um Muro entre israelenses e palestinos.
E as declarações dos radicais do Likud, confirmam isso.

No verão de 2002, se provocou uma controvérsia no governo de Sharon quando começou a construçaõ do lado leste do Muro, que atingia a "Linha Verde", perto da aldeia Salim, ao oeste de Jenin, onde foram anexadas as terra mais férteis, e os moradores palestinos -os donos- serão deslocados futuramente.
A ala radical do likud, declarou: "a razão de anexar éstas terras é atrair novos colonos judeus no futuro para os novos assentamentos com terras férteis".

A crise à onde vai?

Depois que Sharon tinha falado em Herzliya sobre o Muro e o crescimento demográfico palestino, Benjamin Netanyahu disse:
o problema do Sharon se coloca entre duas escolhas apertadas, entre o aliado estratégico, George W. Bush, e o "amigo" que é eficiente nas eleições israelenses, o líder radical Zaif Hafir, que recusa abandonar nem sequer um único alcance de mão da terra confiscada para alcançar progresso político de segurança.

Sharon sugeriu a idéia de ter eleições prévias dentro de dois meses na qual o eleito será quem daria as escolhas de qualquer acordo, ou a execução do plano de separação ou continuar na confrontação sangrenta com os "suicidas Palestinos".
Acredita-se que esta chance está disponível causar a mudança que ele procura antes das eleições presidenciais norte americanas em novembro de 2004.
Sharon tem se manifestado em várias oportunidades de não reconhecer a "Linha Verde" como uma condição de princípio que expressa sua recusa à Resolução 242 da ONU.
O Likud argumenta que a reivindicação desta Resolução é impossível, o governo sionista de Isreal recusou admitir à Linha Verde como base para negociação.
Sua desculpa é que Palestina não teve fronteiras que foram reconhecidas sob o Mandato Britânico, infelizmente Yasser Arafat em Oslo concordou.
Mas nos últimos três meses, Sharon declarou um número de vezes que ele estava pronto para ajustar o Muro à medidas próximas da "Linha Verde" se os Palestinos assinam o Acordo de Paz de certa maneira que garante implementação de suas condições.
Não só isso, a política de Sharon pode também pôr em perigo de dissolução o governo, porque os partidos religiosos extremos, definitivamente se retirarão da Coalizão de Rightist.
Para evitar encarar crises fatais, ou acontecer o mesmo quando Yitzhak Rabin em 1995 tentou destruir a maioria dos assentamentos e retornar à Linha Verde, foi enfrentado com um "movimento" de protestos violentos que eventualmente levaram a seu assassinato.
Os temores do Estado sionista de Israel do crescimento demográfico palestino e dos ataques da Intifada levarão ao aumento das correntes de oposição para compôr a Intifada.
E éste tipo de crises do sionismo e das negociações de Paz, só fortalecem HAMAS, Al-Jihad Islâmica e a FPLP, assim a Intifada vai fazendo de Abu Alaá outra cópia fracassada de Abu Mazen, e talvez de Sharon outra cópia morta de Y. Rabin. ===========================================================
[1]- Grupo Palestino de Proteção do Meio Ambiente (uma ONG).
[2]-22 de novembro de 1967, resolução 242 do conselho de Segurança da ONU: determina a devolução dos territórios ocupados pelo Estado sionista de Israel na Cisjordâni e Gaza, e determinar uma linha verde, que respeita o território para a criação do Estado palestino.
[3]- Grupo Palestino de Proteção do Meio Ambiente.
Fonte:
PALESTINA1

Nenhum comentário: