Em Porto Alegre, centenas marcham a favor de palestinos
CAIO JUNQUEIRA
Enviado da Folha Online a Porto Alegre
Centenas de pessoas participaram na tarde desta sexta-feira de da "Marcha contra a ocupação da Palestina", no 5º Fórum Social Mundial, em Porto Alegre.
De acordo com os organizadores, 10 mil pessoas estiveram presentes.
No final do ato, eles derrubaram um muro de cerca de 2 metros de comprimento por sete de largura.
O muro construído no local é uma alusão ao que israelenses começaram a construir em junho de 2002 entre Israel e a Cisjordânia, alegando impedir ataques palestinos.
Com gritos contra o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, e contra o presidente dos Estados Unidos, George Bush, os manifestantes percorreram boa parte da orla do rio Guaíba, onde o fórum é realizado.
Natural de Ramallah, na Cisjordânia, Hasan Barghotti é um dos 55 palestinos que veio a Porto Alegre participar dos debates do fórum.
Ele disse que, depois que o muro foi construído por Israel, as perspectivas de paz entre os dois povos diminuíram.
"As agressões ao povo palestino continuam aumentando. Os israelenses destroem nossas casas e as árvores históricas do nosso povo. Com a construção do muro, a paz ficou mais difícil", disse durante a caminhada.
Os embaixadores da Síria e da Palestina participaram do ato junto com centenas de descendentes de palestinos e militantes do PSTU e do PC do B.
O deputado federal Jamil Murad (PC do B-SP) também compareceu.
Ele disse que, devido ao avanço das tecnologias, foi permitido aos brasileiros terem mais informações sobre o que acontece no Oriente Médio.
De acordo com ele, isso fez com que os a maioria dos brasileiros apóie a causa palestina.
"Com o advento da tecnologia moderna, tem sido colocado na mídia opiniões diferentes que facilitam a compreensão, pelos brasileiros, do conflito. Querem condenar os palestinos como terroristas, mas Israel seleciona os civis que mata. Os fatos falam mais que os debates."
Muro
A construção do "muro de proteção" foi requisitada pela direita e esquerda israelenses, após a onda de atentados suicidas que atingiu Israel desde o início da Segunda Intifada (revolta palestina contra a ocupação israelense) no final de setembro de 2000.
Com extensão prevista de 350 km, o "muro de proteção" deve cobrir do norte ao sul a "linha verde" ----limite imposto por Israel após a Guerra dos Seis Dias entre israelenses e árabes, em 1967-- e englobar também o setor oriental de Jerusalém, onde os palestinos pretendem construir um dia a capital do seu Estado.
O complexo defensivo deve ser alto em alguns pontos e ainda terá dispositivos eletrônicos capazes de detectar infiltrações, fossas antitanques e pontos de observação e patrulha.
28/01/2005 - 22h31
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