segunda-feira, 17 de setembro de 2007

ISRAEL E SÍRIA: UMA NOVA GUERRA?


Na última semana, jatos militares israelenses violaram o espaço
aéreo sírio e lançaram, como um aviso, bombas em áreas desertas
no norte do país, próximo à fronteira com a Turquia.
O Ministério da
Defesa da Síria confirmou o incidente, e afirmou que as defesas
antiaéreas sírias abriram fogo contra os jatos israelenses.
Israel, por
sua vez, nem desmente nem confirma a acusação de violação.
Durante o fim de semana, o exército turco encontrou tanques de
combustível do exército israelense escondidos próximo à fronteira
com a Síria.
A televisão turca divulgou imagens dos tanques de
combustível e o local em que haviam sido encontrados.
Apesar de
Israel e Síria estarem tecnicamente em estado de guerra, devido à
posse ilegal de terras sírias pelo “lar nacional judaico”, as regiões de
fronteira dos dois países se mantiveram calmas nos últimos tempos.
Por que então Israel está alimentando a tensão e provocando os
sírios?
Israel tem seus objetivos ao invadir o espaço aéreo sírio: conseguir
informações claras sobre o posicionamento de mísseis de longo
alcance apontados para Israel, testar as defesas antiaéreas sírias e
procurar possíveis rotas de ataque ao Irã são alguns deles.
O
governo sírio se pronunciou formalmente à ONU sobre a flagrante
invasão do seu espaço aéreo: “Israel está procurando uma guerra.
Nós estamos nos esforçando para não cair nessa armadilha”,
disse
Bashar Jaafari, embaixador sírio.
A Liga Árabe alertou que “tais
manobras inaceitáveis” por
parte de Israel mostram a falta
de comprometimento dos
mesmos sobre o processo de
paz no Oriente Médio.
Apesar
de o governo israelense não se
pronunciar formalmente quanto ao ocorrido, o ministro israelense
Raleb Majadele fez pouco caso da situação, afirmando que
invasões israelenses do espaço aéreo sírio “acontecem
diariamente”.
Os Estados Unidos, aliado incondicional de Israel,
confirmou à agência de notícias AFP que jatos militares israelenses
haviam realizado uma missão de ataque em território sírio.
Segundo
os estadunidenses, “Israel está dizendo à Síria:
‘Não colaborem
com o fortalecimento do Hizbollah no Líbano’”.
Muitos analistas israelenses condenaram a agressão militar contra a
Síria.
Reuven Pedhatzur, analista militar e ex-piloto da Força Aérea
de Israel, afirmou que “assim como há 40 anos, os dois lados
podem perder o controle da situação a qualquer momento e iniciar
uma nova guerra”
, com relação à Guerra dos Seis Dias, em 1967,
em que Israel anexou ilegalmente terras sírias que mantém
ocupadas até o presente momento.
Eyal Zisser, outro analista
israelense, afirmou que tais ações “podem levar à guerra”, mas se
disse surpreso com a “moderação” e controle na resposta dada pelo
presidente sírio, Bashar al-Assad.
Já Alon Liel, ex-diplomata de
Israel, afirmou que Ehud Olmert, primeiro-ministro israelense,
“arriscou o processo paz”.
Segundo ele, “eu vejo nessa operação
uma clara mensagem de Israel, e ela é muito agressiva.
Eu estou
preocupado com o que virá”.


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