terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

PELA UNIDADE E SOBERANIA DO IRAQUE




"The Iraqi leadership believes that the Palestinians - and it does not matter who they are and how we [in Iraq] view one figure or another - are not terrorists. The Palestinians fight and struggle with legitimate means... it is a legitimate activity which we support explicitly and not in secret..."
Iraqi Deputy Prime Minister, Tareq Aziz, in response to the speech of US President Bush, MBC Television, 14 September 2002.

Tareq Aziz enfrenta ‘corte’ do invasor e homenageia Sadam

“Tive a honra de trabalhar com o herói Sadam, responsável pela unidade e soberania do Iraque”, afirmou Tareq com altivez na corte-farsa montada por Bush para funcionar no QG ianque da Zona Verde

Em plena corte-farsa de Bush, no interior do QG da invasão em Bagdá, o vice-primeiro-ministro iraquiano, Tareq Aziz, prestou nessa segunda-feira dia 5 sua homenagem ao “herói Sadam”e afirmou ainda que foi o Irã, “com gás cianeto”, que “matou milhares de curdos em Halabja, e não o Iraque”.

“O governo do qual fiz parte não cometeu genocídio contra o povo curdo”, reiterou o líder iraquiano, que compareceu como testemunha do ex-ministro da Defesa Sultan Hachim, no assim-chamado, pelo invasor, ‘caso Anfal’.

“Tive a honra de trabalhar com o herói Sadam, responsável pela unidade e soberania do Iraque”, afirmou Tareq com altivez, apesar de seu conhecido estado precário de saúde e ao qual o invasor se nega a dar cuidados.

Tais declarações levaram o fantoche Mohamed Oreib Al Kalifa, que encena ser “juiz” chefe, a tentar silenciá-lo com ameaças.
Ao que Tareq reagiu com ironia: “já sou um prisioneiro. Que mais pode me fazer?”.
Depois de Sadam, é Tareq a face mais conhecida no mundo inteiro da revolução iraquiana.
Também de sua amplitude, um cristão, companheiro de sunitas, xiitas, curdos, turcomentos – todos iraquianos.

ANFAL

O ‘caso Anfal’ não passa de um apêndice da principal peça de propaganda do governo ianque contra a revolução iraquiana, e de demonização de Sadam, a tragédia de Halabja, onde cinco mil foram mortos por ataque com gás venenoso durante a guerra Irã-Iraque.
Tareq foi, pois, direto à questão.
“As armas químicas usadas naquele tempo que causaram a morte de milhares de pessoas [em Halabja] eram feitas de gás cianeto e não de gás mustarda. Quem tinha esse gás era o Irã, não o Iraque”, destacou.

“O ataque químico à aldeia curda de Halabja foi cometido pelos iranianos em uma ofensiva contra a população curda”, assinalou Tareq.
Ele acrescentou que a ofensiva iraniana com armas químicas em 1988 “é confirmada por documentos internacionais”.
Isso ficou estabelecido até mesmo através de relatórios do Pentágono, como um “publicado em 1989 e disponível na internet”, lembrou.
Também citou um artigo de Milton Viorst na revista norte-americana “New Yorker”.

Tareq apontou outro indício de que o governo iraquiano nada tinha a ver com Halabja.
Nas conversações de 1991, entre os líderes iraquianos e uma delegação curda que incluía o atual ‘presidente’ Jalal Talabani, “sobre compensações para as vítimas curdas da guerra”, Halabja não foi “sequer mencionada por qualquer das partes”, registrou.

Aliás, por todo o Oriente Médio, foi o Iraque, a revolução de Sadam, que mais direitos concedeu aos curdos.
Direito de ter sua língua, escolas, assembléia.
A única condição era a de que se reconhecessem como iraquianos e a grande maioria dos curdos se integrou na revolução, inclusive de armas na mão, contra os iranianos, na época – como testemunhou o correspondente de então do “Guardian”, Patrick Cockburn.
Que também considerou impossível que “182 mil curdos” fossem mortos nessas imediações e isso não transpirasse imediatamente.

ANALISTA DA CIA

Provavelmente o relatório a que Tareq se refere trata-se do estudo conduzido pelo analista sênior da CIA sobre o Iraque no decorrer da guerra Irã-Iraque e professor da Escola de Guerra dos EUA, Stephen Pelletiere, que concluiu que “foi gás iraniano que matou os curdos, não iraquiano”.
De acordo com sua investigação para o Pentágono, “as condições dos corpos dos civis curdos indicaram que eles tinham sido mortos por um agente sanguíneo – isto é, um gás à base de cianeto – que, como se sabe, era usado pelo Irã’.
Os iraquianos – que tinham gás mostarda, que atua por princípio diferente – “não tinham agentes sanguíneos na época”.

O relatório a que Tareq aludiu, desmonta, portanto, a fantasia reacionária do “exército de Sadam jogando gás venenoso no seu próprio povo”.
Não se trata de uma peça contra o Irã, como alguns poderiam alegar, porque diz que “a tragédia de Halabja ocorreu no decorrer de uma batalha entre iraquianos e iranianos – estes últimos no controle da cidade – que definiria o estratégico controle da maior represa do país, Darbanddikhan, e assim, das águas do Tigre e do Eufrates”.
Portanto, se deu no meio de uma batalha e não tendo civis curdos como alvo.
Como destacou Pelletiere, “os civis que foram mortos tiveram o infortúnio de serem pegos no meio disso”.

Quanto ao ‘Anfal’, não passa de uma projeção, sobre os líderes revolucionários iraquianos, dos crimes de guerra de que são useiros e vezeiros os capos do império, como está aí o próprio Iraque, Afeganistão, Vietnã, Coréia para serem exemplos.
Se, como alegam os invasores ianques, seus fantoches e mariposas, “foram mortos 182 mil curdos”, passados quatro anos de ocupação no Iraque inteiro e 16 anos de “autonomia da região” curda, todo dia devia ter alguém achando uma, duas covas em massa, ainda mais com os invasores dispostos a premiar com verdinhas.
Também já deveria ter aparecido alguém, algum renegado, que teria participado da matança, para dar “detalhes”.
Mas não encontram nada porque não há nada.


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